Levantamento da Lello, maior administradora de condomínios do país e quinta maior do mundo, aponta mudanças no perfil dos síndicos paulistanos, que estão mais jovens e ficam menos tempo no cargo do que antes; mais de 80% dos que comandam os edifícios têm mais de 46 anos; 32% são mulheres
Um em cada cinco síndicos de prédios da cidade de São Paulo concilia a tarefa de administrar o dia a dia do condomínio com a vida de empresário. É o que aponta o mais recente estudo do Data Lello, braço de inteligência de dados da Lello Condomínios, que compila, traduz, cruza analisa e transforma em informação e tendência os dados relacionados à vida em comum na cidade.
Em relação ao último levantamento, feito em 2019, houve algumas mudanças no perfil dos síndicos paulistanos. Eles estão mais jovens que antes e ficam menos tempo à frente do condomínio do que no último levantamento. Em 2019, 43% dos síndicos tinham mais de 60 anos e 48% permaneciam por três mandatos (ou 6 anos), em média, à frente dos condomínios.
Nesta pesquisa mais recente, o tempo médio dos síndicos à frente dos condomínios caiu para dois mantados . O atual tempo médio dos síndicos no comando dos condomínios é entre dois e quatro anos em 52% da amostra, mais de quatro anos em 35% dos casos e até dois anos em 13%.
Conforme a pesquisa Data Lello, 45% dos síndicos têm entre 46 e 60 anos de idade e apenas 37%, acima de 61 anos. Os síndicos com idades entre 31 e 45 anos representam 17% do total, enquanto os abaixo de 30 anos de idade representam 1%.
Segundo o estudo, 19% dos condomínios são comandados por síndicos que também são empresários. Outros 15% dos síndicos são administradores de empresas, 13%, aposentados, 9%, engenheiros e 7%, advogados.
Outras profissões comuns identificadas entre os síndicos paulistanos são as de professor, economista, arquiteto e médico.
O número de síndicos profissionais também obteve um leve crescimento em relação ao último estudo passou de 11% em 2019 para 13%, agora. Ainda assim, 87% dos síndicos paulistanos continuam sendo moradores de seus condomínios.
O estudo mostra também uma tendência que 68% dos síndicos são homens, e 32%, mulheres.
“Percebemos uma sensível mudança no perfil dos síndicos. A disputa pelo cargo está mais acirrada, e os candidatos estão cada vez mais conectados com o seu verdadeiro papel para o condomínio, para o bairro e para a cidade. São pessoas genuinamente preocupadas com a formação das comunidades, com o fomento à convivência, com a construção de vizinhanças mais amáveis e colaborativas, entendendo o verdadeiro papel que devem cumprir”, afirma Angélica Arbex, diretora de Marketing da Lello Condomínios.
Segundo ela, o síndico contemporâneo se interessa muito por serviços integrados, otimização de recursos, novos formatos de contratação de mão de obra e um desenho claro de plano de trabalho e apresentação de resultados.
“O compromisso é com a eficiência da gestão, e isso faz toda a diferença. O síndico é fundamentalmente um gestor de ativos. Ele tem sob sua governança a maior riqueza das famílias que compões aquele condomínio que é o seu imóvel. Se ele vai valer 100 ou 1000 daqui a 10 anos vai depender de como esse patrimônio foi gerido. E o síndico é quem está a frente desta imensa responsabilidade, de fazer a maior riqueza daquela comunidade ser preservada”, destaca Angelica.
Para a diretora da Lello, ser síndico, hoje, é ir muito além da rotina de controlar receitas e despesas, cobrar os inadimplentes e zelar pelo cumprimento do regimento interno. “Claro, os problemas de sempre vão continuar existindo – festas barulhentas, brigas entre moradores, a fumaça do cigarro que invade o apartamento vizinho, os inadimplentes crônicos. Mas o papel do síndico moderno é ser um construtor das novas relações entre as pessoas, e contribuir para que o convívio seja cada vez maior.
Novos condomínios em SP
Segundo projeção da Lello, a cidade de São Paulo deve ganhar 580 novos condomínios residenciais em 2023. Administradora estima que entre 2023 e 2025 serão entregues 1,7 mil novos prédios, com cerca de 168 mil apartamentos e 650 mil novos moradores nas unidades. Atualmente a capital paulista conta com 31 mil condomínios, dos quais 90% são residenciais.