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4 problemas que o app Celular Seguro não resolve

Henrique Volpi, CEO da Kakau Seguros/ Foto: Divulgação
Henrique Volpi, CEO da Kakau Seguros/ Foto: Divulgação

Confira esse artigo de Henrique Volpi, CEO e sócio-fundador da Kakau Seguros

Com menos de 30 dias do lançamento do Celular Seguro, iniciativa do Governo Federal, o app já tem uma adesão surpreendente: foram mais de um milhão de usuários cadastrados em menos de duas semanas, conforme dados do Ministério da Segurança Pública.

O Celular Seguro foi em resposta ao crescente número de crimes relacionados a esses aparelhos: de acordo com o 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados um milhão de ocorrências apenas em 2022. Isso representa um aumento de 16,6% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 860 mil casos.

O aplicativo representa um avanço significativo na proteção dos usuários contra crimes envolvendo seus dispositivos móveis. Contudo ele não resolve quatro problemas importantes:

1- Dificuldade no desbloqueio

A principal preocupação levantada pelos usuários é a incapacidade de desbloquear os aparelhos após o bloqueio definitivo realizado pela Anatel (seja ele intencional ou acidental).

A indicação do Governo é que a operação deve ser realizada diretamente com a Polícia e a Anatel, mas nenhuma delas têm informações sobre a reversão. A saída, segundo o Ministério da Justiça, é procurar diretamente a operadora e também a instituição financeira bloqueada, mas mesmo essas não têm respostas.

2- Cadastro de apenas um IMEI por aparelho

Uma outra questão é que não é possível cadastrar mais de um IMEI por aparelho. No caso de celular com slot para dois chips, apenas uma das linhas será bloqueada. E o mercado de smartphones dual SIM no Brasil só cresce, deixando essas pessoas de fora.

De acordo com a pesquisa da GfK, em 2023, 17,5% dos aparelhos celulares vendidos no Brasil eram dual-SIM. Isso significa que, de um total de 35,1 milhões de aparelhos comercializados, 6,1 milhões tinham dois chips.

3- Não bloqueia celulares de pessoas jurídicas

O Celular Seguro é voltado exclusivamente para pessoas físicas. A medida foi criticada por muitas empresas, já que as impedem de proteger seus ativos e facilita a ação dos criminosos.

O argumento do Governo é que, caso o bloqueio fosse permitido para aparelhos de pessoas jurídicas, criminosos poderiam registrar o IMEI de um celular roubado ou furtado em outro aparelho, pertencente a uma empresa.

4- Não protege contra furtos, roubos e quebras

O aplicativo apenas bloqueia o aparelho, não o protegendo contra a ação dos criminosos, sendo a medida mais segura a contratação de um seguro para celular. O seguro é capaz de ir além da proteção contra roubo e furto, estendendo a tranquilidade para outras possíveis “dores de cabeça”.

Um smartphone que cai no chão, uma tela trincada ou o derramamento acidental de líquido são situações corriqueiras que podem rapidamente se transformar em armadilhas financeiras. Nesses momentos, o seguro para smartphones se revela como um verdadeiro aliado, proporcionando tranquilidade na hora de imprevistos.

Com o seguro, o usuário pode contar com o reembolso do valor do aparelho, além de assistência técnica e outros benefícios. Contratar um seguro para smartphones não é apenas uma precaução, mas sim uma decisão inteligente. Além de proteger contra roubo e furto, ele oferece uma camada adicional de segurança, preservando o investimento realizado.

A tranquilidade proporcionada por uma cobertura abrangente vai muito além da garantia material, estendendo-se à segurança financeira de quem utiliza o aparelho. Diante dos imprevistos cotidianos, ter um seguro se torna uma ferramenta essencial, garantindo que esses valiosos dispositivos continuem a ser fontes de praticidade, sem tornar o usuário refém no caso de furto, roubo ou danos.

*Henrique Volpi, CEO e sócio-fundador da Kakau Seguros, formado em Administração pela PUC-SP, com especializações em fintech pelo MIT e em liderança do futuro pela Singularity University. Trabalhou em empresas como BMC, EMC Dell e Servicenow. Foi co-autor do livro “The INSURTECH Book: The Insurance Technology Handbook for Investors, Entrepreneurs and FinTECH Visionaries”.

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