Bradesco Seguros

46% dos brasileiros se motivam por salário, seguido por horário flexível de trabalho, diz estudo da Korn Ferry

Artigo: É urgente um novo olhar para o trabalho / Foto: Tim van der Kuip / Unsplash Images
Foto: Tim van der Kuip / Unsplash Images

“Workforce Brasil 2024”, parte de um estudo global da consultoria, mostra recorte de dados por gênero, regiões brasileiras, receio da IA, retenção de talentos e outros pontos foram explorados

A Korn Ferry, consultoria global de gestão organizacional, conduziu sua pesquisa intitulada “Workforce Brasil 2024” para aprofundar a compreensão sobre as expectativas e desejos dos profissionais em relação ao trabalho no cenário atual. O estudo, que envolveu profissionais de diversas partes do mundo, revelou que em 2024 os principais motivadores no ambiente de trabalho são salário, horários flexíveis, oportunidades de desenvolvimento e aprendizagem, e estabilidade.

A apuração revelou que 46% dos brasileiros priorizam o pacote de remuneração como forma de escolha, retenção e motivação de seus empregos. Neste pacote, embora seja importante o salário mensal, também são considerados os planos de saúde, vales, bônus e outros benefícios. No âmbito global, o estudo revelou o contrário, sendo a prioridade número um dos trabalhadores ter um horário flexível (38%).

No Brasil, a flexibilidade no horário de trabalho ficou em segunda colocação (38%) e, em terceira opção, as oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento (34%).

Para a líder regional de Transformação e Cultura da Korn Ferry América do Sul, Adriana Rosa, esses resultados evidenciam o crescente valor atribuído ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional sem reforçando o salário como fator decisório. “Esses dados destacam como o contexto econômico e cultural de cada nação moldam as prioridades de engajamento e retenção de talentos. Eles evidenciam que, em momentos de incerteza, questões como equilíbrio entre vida pessoal e profissional ganham relevância, mas o fator salarial ainda se mantém como um pilar fundamental. Essa compreensão é essencial para embasar estratégias que alinhem os interesses dos colaboradores às necessidades organizacionais”, conta.

Abaixo, mais destaques dos dados:

Divulgação
Divulgação

A Korn Ferry, em sua apuração, identificou que o percentual de mulheres que buscam uma remuneração mais generosa (48%) e horários de trabalho flexíveis (43%) é maior que o de homens.

“As mulheres buscam maior equidade com os salários dos homens,  este dado talvez nos indique esta intenção. Além disso, as configurações mais flexíveis permitem melhor equação com da vida pessoal, o que deve impactar boa parte desta mostra”, comenta Adriana Rosa.

Abaixo, mais destaques dos dados:

Divulgação
Divulgação

Questionados sobre “se você procurasse um trabalho novo, quais seriam os itens mais importantes que a nova empresa e a nova função poderiam lhe oferecer”, os dados do Workforce Brasil também revelaram as principais prioridades por regiões brasileiras. O Sul (57%) é o local em que mais se prioriza a remuneração, seguido de Sudeste (45%), Nordeste (42%), Norte (40%) e Centro-Oeste (38%).

Agora, na apuração sobre flexibilidade no horário de trabalho, ainda sim os estados da região Sul do Brasil se posicionam em primeiro lugar (42%), seguido pelo Sudeste (39%), Nordeste (36%), Centro-Oeste (32%) e Norte (29%).

Por último, no anseio de conseguir excelentes oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento, a prioridade, por regiões, começa a mudar. O Sudeste ocupa o primeiro lugar (35%), depois Nordeste (34%), Sul (33%), Centro-Oeste (30%) e, por último, o Norte (24%).

Veja outros dados abaixo:

Divulgação
Divulgação

E falando de retenção, o que um trabalho faz para ser cativante no Brasil? Veja as prioridades abaixo.

Divulgação
Divulgação

Ao menos 55% dos profissionais entrevistados disseram que permaneceriam em um emprego no qual estão infelizes, caso tivessem oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento de carreira.

Veja abaixo os dados do trabalho flexível por gênero, região e nível de carreira.

Divulgação
Divulgação

O estudo Workforce Brasil também investigou as razões por trás da preferência pelo horário de trabalho flexível entre brasileiros de diferentes níveis de carreira. Quando buscam novas oportunidades, 25% dos CEOs colocam o trabalho remoto em tempo integral como prioridade, enquanto 21% consideram essencial trabalhar sob a liderança de um executivo sênior, e 20% preferem estar sob a gestão de um líder no mesmo nível hierárquico. Esses dados evidenciam como as prioridades variam de acordo com as condições e características de cada posição.

Quando questionados sobre os fatores que os fariam permanecer em seus cargos atuais, 24% dos CEOs apontaram o trabalho remoto em tempo integral como prioridade, seguidos por 17% que destacaram a importância de ter um executivo sênior como líder, e 9% que valorizam a presença de um líder na mesma posição hierárquica. Além disso, muitos demonstraram uma predisposição significativa para trocar de empresa caso não possam trabalhar remotamente em regime integral ou não tenham permissão para manter um home office constante. Veja os dados, com detalhes, abaixo:

Divulgação
Divulgação

O Workforce Brasil entendeu que os brasileiros se preocupam com salários, flexibilidade, mas também, o alinhamento dessas prioridades. Com essa apuração, foi identificado que 87% dos colaboradores concordam que é essencial que uma empresa compreenda a importância dos benefícios corporativos como planos de saúde, odontológico, vales alimentação e refeição que, além de acompanharem o salário, complementam a remuneração mensal.

O perfil predominante está para os mais velhos, entre 55 a 65 anos (91%), 45 a 54 (87%) e 35 a 44 (88%). Os mais jovens, por exemplo entre 18 e 24 de idade (78%), têm pouca concordância se comparados aos profissionais mais experientes. E as regiões Sul (88%), Sudeste (89%) e Centro-Oeste (78%) são as alienadas a essa pratica.

Veja abaixo com mais detalhes:

Divulgação
Divulgação

IA e outras novas tecnologias: transformando o futuro do trabalho no Brasil

No contexto da inteligência artificial e de avanços tecnológicos, o Brasil se destaca como um dos países mais otimistas sobre o impacto dessas inovações no mercado de trabalho. De acordo com o estudo da Korn Ferry, 71% dos brasileiros demonstram entusiasmo e positividade em relação às transformações que essas tecnologias emergentes podem trazer para os formatos de trabalho atuais.

Embora o entusiasmo pela IA seja um pouco menor entre os profissionais mais velhos, 70% dos trabalhadores com idades entre 55 e 65 anos ainda enxergam essas mudanças de forma positiva. Além disso, 62% acreditam que o uso da IA pode aumentar seu valor no mercado nos próximos três anos, evidenciando que a adoção de novas tecnologias não é exclusiva das gerações mais jovens.

Para maximizar o potencial dessas gerações e promover uma transição bem-sucedida para ambientes de trabalho mais tecnológicos, é fundamental que as empresas invistam em treinamentos e capacitações. Garantir que profissionais mais experientes se sintam acolhidos nesse processo é essencial para que todos os colaboradores, independentemente da idade, possam se beneficiar das inovações e fortalecer suas competências em um cenário cada vez mais digital.

Equilíbrio entre remunerações

O ato de buscar um equilíbrio entre remunerações e atributos é importante na força de trabalho brasileira, ainda mais em um cenário em que reter talentos é um desafio. Os números da pesquisa revelam que 60% acreditam que há compatibilidade entre seus benefícios e salários, 34% dizem que não há esse alinhamento e, apenas 6%, afirmam que remuneração e atributos chegam a superar suas contribuições para as companhias.

Quando o assunto é autossabotagem, sobrecarregamento ou sentimento de despreparação, a famosa síndrome do impostor, 43% dos profissionais do Brasil, entre 35 e 44 anos, admitem sofrer com isso. Ainda assim, o número é inferior se comparado aos outros países que possuem maiores índices.

Por nível de carreira, um líder sênior e um supervisor nível gerente (43%) possuem o mesmo sentimento da síndrome do impostor. Um CEO, sendo a maior posição hierárquica dentro de uma companhia, apresenta resultado inferior (39%) e um colaborador individual, fora dos cargos de liderança também (34%). O menor resultado está para um executivo sênior (29%).

Cultura corporativa

O sentimento de pertencimento à organização é um dos assuntos que as companhias vêm discutindo e buscam formas de melhorias para fortalecer a cultura organizacional. Ao menos 76%  dizem que é essencial que a organização reflita os seus valores para a sociedade, colocando como ponto central a identificação entre as crenças dos colaboradores e as práticas de cultura.

Trabalhar engajamento não é tanto um desafio para o Brasil, quando comparado com outros países. A nação, no medidor de motivação da Korn Ferry, tem o quarto maior nível. E o que fazem esses profissionais se sentirem assim tem relação com oportunidade de trabalho e desenvolvimento (72%), seu trabalho utiliza bem suas habilidades e competências (78%), sentem-se motivados a fazer mais do que o exigido (72%) entre outros motivos.

Veja abaixo:

Divulgação
Divulgação

“Nós podemos destacar que remuneração competitiva, flexibilidade, oportunidades de desenvolvimento, e uma cultura organizacional saudável, são prioridades para profissionais de todas as idades, níveis de carreira, gêneros e regiões do Brasil. Alinhar sua cultura ao seu propósito e estratégia de negócios é fundamental para seguir atraindo talentos que tenham maior fit com seus valores e queiram entregar seu propósito e, por consequência seus resultados”, conclui, a líder regional de Transformação e Cultura da Korn Ferry América do Sul, Adriana Rosa.

Total
0
Shares
Anterior
Ardonagh, acionista da MDS, recebe investimento da Stone Point Capital, avaliando o grupo em US$ 14 bilhões
David Ross, CEO do Grupo Ardonagh / Foto: Divulgação

Ardonagh, acionista da MDS, recebe investimento da Stone Point Capital, avaliando o grupo em US$ 14 bilhões

Fundos de investimento administrados pela Stone Point Capital tornam-se

Próximo
Minsait anuncia José Luiz Gomes Vieira como diretor para o mercado de seguros
José Luiz Gomes Vieira, diretor para o mercado de seguros da Minsait no Brasil / Foto: Divulgação

Minsait anuncia José Luiz Gomes Vieira como diretor para o mercado de seguros

Com mais de 20 anos de experiência nos setores de seguros e tecnologia,

Veja também