Com aumento de quase 25% nos ataques a frotas e cargas no primeiro semestre de 2025, saiba como as empresas brasileiras devem enfrentar o desafio de blindar suas operações contra prejuízos bilionários
O aumento da criminalidade nas estradas e a baixa adesão ao seguro automotivo evidenciam um cenário de vulnerabilidade crescente para empresas que dependem de frotas no Brasil. Em 2024, o país registrou 10.478 roubos de carga, que geraram prejuízos superiores a R$ 1,2 bilhão, uma média de 27 ocorrências por dia, segundo dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). No mesmo período, sete em cada dez veículos circulavam sem qualquer tipo de seguro, de acordo com levantamento da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
O problema se agravou neste ano. Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) apontam que, apenas no primeiro semestre de 2025, os ataques a frotas e cargas cresceram 24,8%, em relação ao ano anterior, impulsionados pela atuação de quadrilhas cada vez mais especializadas e pela expansão das rotas logísticas no país. O resultado é um quadro de alto risco operacional, que exige das empresas uma abordagem mais estratégica na gestão de frotas e na contratação de seguros.
“Uma apólice de seguro de frota não pode ser tratada como despesa fixa sem retorno, ela é parte integrante da mitigação de riscos da operação”, ressalta Iolanda Marques, Head de Benefícios Corporativos da Korsa Riscos & Seguros. “Empresas que investem em prevenção, seja em tecnologia, treinamento ou manutenção, conseguem não só reduzir sinistros, mas também negociar prêmios mais competitivos e condições contratuais vantajosas”.
Para que a apólice realmente proteja sua empresa, veja o que observar:
Mapeie os riscos específicos da frota
Analise o perfil dos veículos (modelo, utilitário, cargas transportadas), regiões de operação (rodovias perigosas, trechos urbanos com histórico de roubo), frequência de uso, horários de maior risco etc. Quanto mais detalhada for essa análise, mais adequada será a cobertura.
Verifique as coberturas obrigatórias e complementares
A apólice deve incluir, no mínimo: danos por colisão, incêndio, roubo/furto, danos a terceiros. Mas é importante avaliar adicionais como proteção para vidros, equipamentos eletrônicos instalados, assistência 24h, cobertura de acidentes pessoais para ocupantes, invalidez ou morte, entre outros.
Invista em prevenção e tecnologia para reduzir sinistros e custos
Manter um treinamento continuado dos motoristas é essencial para reforçar boas práticas de direção e segurança. Também é recomendável evitar viagens noturnas e não oferecer caronas, medidas simples que reduzem significativamente os riscos de ocorrências na estrada. Além disso, vale investir em tecnologias de monitoramento, como equipamentos de GPS e sistemas de telemetria, que permitem acompanhar o comportamento dos condutores e a localização dos veículos em tempo real. Por fim, contar com uma gerenciadora de risco especializada garante um acompanhamento técnico e estratégico, ajudando a prevenir perdas e otimizar custos operacionais.
Analise o histórico da seguradora e suas condições contratuais
Examine o tempo de atuação da seguradora, solidez financeira, reputação em pagamento de sinistros, prazos e carências. Leia atentamente cláusulas de franquia, limites de indenização, exclusões e cobertura territorial.
Faça simulações e negocie condições
Compare propostas de diferentes seguradoras. Questões como o número de veículos, idade do motorista, histórico de sinistro da empresa, local de garagem/oficina têm impacto. Negociar preço pode resultar em boas reduções se você comprovar bons controles internos (treinamento de motoristas, inspeções regulares, manutenção preventiva).