Pneumologista explica como hábitos simples podem melhorar a qualidade de vida durante a estação das flores
A primavera é, para muitos, uma das estações mais belas do ano. No entanto, para o nosso corpo, ela representa um período de transição que exige atenção redobrada. O aumento da polinização e as mudanças climáticas repentinas expõem nossa saúde a desafios no combate às alergias e na proteção da pele.
É preciso ter cuidado, especialmente com a saúde respiratória nesse período. Somente em 2025, já foram notificados mais de 90 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), segundo o boletim InfoGripe, da última quinta-feira (11/09).
“Para muitas pessoas, a beleza das flores vem acompanhada de crises de rinite e asma. Isso acontece por conta do pólen, que se espalha pelo ar em grandes quantidades. Além de ser uma época do ano no qual a umidade relativa do ar está baixa, o que aumenta o risco de descompensações respiratórias das doenças quando não controladas”, comenta o pneumologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Rafael Faraco.
Com isso, para minimizar os sintomas e viver a estação com mais tranquilidade, o especialista recomenda algumas medidas preventivas:
Ambiente sob controle: Mantenha a casa limpa e arejada, utilize um pano úmido para evitar que a poeira e o pólen se espalhem. “Reduza a quantidade de objetos que acumulam pó, como tapetes, cortinas pesadas e bichos de pelúcia, e use capas antialérgicas em travesseiros e colchões”, explica o médico.
Proteção sempre: Use protetor solar com FPS 30 ou superior em todas as áreas expostas, mesmo em dias nublados, e reaplique a cada duas horas, se possível.
Hidratação dupla: Beba bastante água, utilize cremes hidratantes mais leves, que evitam a oleosidade e mantenham a pele saudável. “Não se esqueça de proteger lábios e olhos com protetor labial com FPS e óculos de sol”, ressalta Faraco.
Roupa e proteção na rua: Antes de usar casacos e cobertores que ficaram guardados, lave-os para eliminar os ácaros. Ao sair, use óculos de sol para proteger os olhos e reduzir o contato direto com o pólen.
Lave as mãos: Para reduzir riscos de contaminação de olhos, boca e nariz com agentes infecciosos como vírus e bactérias e com isso reduzir riscos de doenças.
Limpeza nasal: A lavagem diária do nariz é uma prática simples. O médico aponta que ela deve ser feita com soro fisiológico, pois ajuda a remover impurezas e alérgenos das vias aéreas, aliviando a congestão e a irritação.
Use purificadores de ar: Considere, se possível, usar um purificador de ar com filtros HEPA (High-Efficiency Particulate Arrestance) em ambientes fechados, como o quarto e a sala. “Esses aparelhos são eficazes para capturar partículas finas como pólen, poeira e ácaros, melhorando a qualidade do ar que você respira dentro de casa”, reforça Faraco.
Evite esfregar os olhos e o nariz: Quando a coceira começa, a primeira reação é esfregar os olhos e o nariz, mas isso pode piorar a irritação. De acordo com o especialista, o atrito libera mais substâncias inflamatórias e pode causar lesões na pele e nas mucosas. Em vez disso, lave o rosto com água fria para aliviar a coceira ou use o soro fisiológico para fazer a limpeza nasal e ocular.
Para finalizar, o médico traz uma dica valiosa. Em dias de muito vento não é recomendado estender roupas para secar em varais externos. “As peças úmidas podem capturar os alérgenos presentes no ar”, conclui.