Confira artigo de Fernando Soares, CEO da Nuria
Em junho, estive em Amsterdã para participar do HLTH Europe 2024, o maior evento de inovação em saúde da Europa. As expectativas eram altas em relação às tendências europeias e mundiais, novas tecnologias, inteligência artificial e suas aplicações na saúde, engajamento do paciente e interoperabilidade. E todas elas foram superadas!
Voltei do evento convicto de que investir na estruturação dos dados disponíveis é a chave da revolução para os ecossistemas de saúde. Mas, para isso, é preciso garantir a qualidade e a usabilidade das informações disponíveis — seja com o uso de soluções mais robustas, uma inteligência artificial para interpretar e analisar dados ou tantas outras ferramentas que explorei e conheci no HLTH 2024.
Uma das palestras que ajudaram a me convencer disso foi a Rewriting the script: Setting the electronic health record straight (Reescrevendo o roteiro: Endireitando o registro eletrônico de saúde, em tradução livre), em que o foco foi a importância de se ter estruturas bem projetadas e eficientes. Confirmei que um sistema bem construído é a base sólida capaz de aumentar a precisão, a acessibilidade e a integração das informações, facilitando a tomada de decisões e a melhoria dos cuidados. Sem ele, a fragmentação dos dados pode dificultar o acesso a informações essenciais, e tornar o sistema incapaz de fazer uma análise crítica em busca de aperfeiçoamentos. Essas estruturas contribuem para a interoperabilidade, permitindo que diferentes empresas compartilhem e utilizem dados umas das outras com segurança. É ela que dá a visão completa da saúde do paciente, resultando em um atendimento personalizado e eficaz.
Graças a ela, os diferentes canais de atendimento são conectados e dessa maneira as informações médicas são compartilhadas, sem que haja redundâncias nos exames, podendo reduzir erros de diagnóstico e garantir que todos os profissionais da saúde tenham acesso às informações mais recentes sobre o estado de saúde do paciente.
As soluções colaboram estreitamente com hospitais, clínicas e laboratórios, conhecidos como providers, facilitando a coordenação do cuidado e a integração de dados para garantir melhor tratamento.
Estar no evento me fez perceber que estamos no caminho certo, afinal, já colocamos em prática muito do que foi falado no HLTH sobre a experiência do paciente, especialmente a importância de integrar os dados de saúde dos pacientes de maneira estratégica nas instituições. Quando colocamos o paciente no centro, a prioridade se torna otimizar o diagnóstico e o tratamento, além de personalizar a abordagem conforme necessidades individuais.
Voltei do HLTH 2024 com uma reflexão: devemos continuar explorando a tecnologia como podemos, não apenas para otimizar diagnósticos e tratamentos, mas para personalizar ainda mais o cuidado ao paciente e aperfeiçoar a experiência geral. Junto a dados bem organizados e tratados, os ecossistemas de saúde vão dominar esse avanço como nenhum outro segmento, mantendo o foco no paciente e na excelência dos cuidados.