Tokio Marine Seguradora

Aberje Trends 2025 mostra que comunicar é liderar em tempos de tensão

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Evento reuniu grandes líderes empresariais, comunicadores e especialistas para discutir o papel da comunicação em um Brasil de contrastes, instabilidade e potência criativa

Em um cenário marcado por polarização política, incertezas econômicas, emergências climáticas e o avanço acelerado da inteligência artificial, o Aberje Trends 2025 chegou à sua 9ª edição com uma proposta direta: discutir como comunicar em tempos de tensão.

Sob o tema “Nova desordem mundial”, o encontro reuniu no Teatro Bravos, em São Paulo, CEOs de grandes empresas, executivos de comunicação, especialistas em reputação e vozes criativas para refletir sobre o papel da comunicação como eixo central das organizações. E a conclusão foi clara: comunicar bem deixou de ser um diferencial — virou condição de sobrevivência.

A abertura ficou a cargo de Hamilton dos Santos, diretor executivo da Aberje, que apresentou os quatro grandes eixos que definem o atual momento de instabilidade global: transformações tecnológicas, reconfigurações políticas, crise climática e mudanças comportamentais derivadas desses fatores. Ele citou o economista Eduardo Giannetti ao descrever o ambiente de desinformação como uma “Cracolândia digital” e reforçou que a maior ameaça, por ser irreversível, é a climática.

“O que estamos tentando fazer aqui é reorganizar a ordem por meio da comunicação”, afirmou. Em sua fala, destacou ainda que a Aberje movimentou mais de R$ 31 bilhões em 2024 e projeta ultrapassar os R$ 32 bilhões em 2025, consolidando-se como uma rede com mais de mil organizações associadas e forte presença feminina: 71% da comunidade de comunicação corporativa é formada por mulheres.

Na sequência, a cientista da computação e CEO da Mastertech, Camila Achutti, apresentou uma masterclass provocadora sobre o papel da inteligência artificial na construção de reputações. Utilizando a metáfora da “máscara”, Camila alertou para os riscos da padronização imposta por sistemas automatizados e defendeu a preservação da identidade comunicacional como diferencial estratégico.

Mesa com CEOs

Logo no início da manhã, o palco foi ocupado por quem, cada vez mais, é chamado a falar com clareza em momentos de ruído: os CEOs. No painel “Comunicação e gestão: o desafio dos CEOs em gerir empresas brasileiras em meio ao caos global”, lideranças como Gustavo Werneck (Gerdau)Priscyla Laham (Microsoft Brasil)Rogério Barreira (Arcos Dorados)Jerome Cadier (Latam Brasil) e Emir Calluf Filho (BHP Brasil) discutiram o impacto direto da comunicação sobre reputação, coerência e cultura.

Comunicação Externa

A mesa “Mídia, influência e imprensa” reuniu Claudio Bruno (Cortex)Marcus Brier (Stellantis) e Ricardo Castellani (Novo Nordisk), com mediação de Juliana Matoso (ArcelorMittal Brasil). O painel abordou os desafios da comunicação em um ambiente de fake news, sobrecarga informacional e plataformas digitais movidas por algoritmos. Os executivos destacaram a necessidade de dados, escuta ativa e transparência como pilares da reputação na era da desinformação.

Relações Governamentais

No painel “Relações Governamentais na Era da Hesitação”, Juliana Marra (Unilever Brasil)João Vicente (Braskem) e Felipe Oppelt (Prospectiva) discutiram como marcas devem se posicionar diante da pressão por responsabilidade pública em meio a disputas narrativas e regulações emergentes, com mediação de Sarah Bonadio (Alpargatas). Foram apresentados casos como o PL da saúde mental proposto após ação da Dove, o Acordo Global sobre Plásticos e o marco legal do hidrogênio verde.

Comunicação Interna

Na mesa “Comunicação interna: ambiente de trabalho e engajamento”, representantes da AmilEuroChemNeodent e Bayer debateram os desafios de engajar colaboradores em um cenário de sobrecarga informacional, transformação digital e novas exigências sociais. Com mediação de Ranny Alonso (Amil), o painel reforçou que a comunicação interna é hoje estratégica para reputação, cultura e performance. Fernanda Goivinho (EuroChem) destacou o papel do comunicador como protagonista da jornada do colaborador. Raphaela Borba (Neodent) trouxe a reputação em pauta como reflexo da vivência do propósito. Thiago Massari (Bayer) defendeu a curadoria como antídoto ao excesso de mensagens. A mesa também apontou a necessidade de líderes comunicadores, ambientes de confiança e critérios claros para fortalecer o senso de pertencimento.

ESG

A mesa sobre ESG e COP30 trouxe à tona o papel das marcas diante da emergência climática e da nova economia em transição. Participaram Bruno Rossini (99)Michelli Gassi (Tetra Pak) e Ornella Nitardi (BASF), com mediação de Pamela Vaiano (Eletrobras). Os painelistas relataram como suas organizações vêm transformando cadeias produtivas e narrativas públicas para enfrentar desafios como mobilidade urbana, reciclagem e descarbonização da indústria. A conversa reforçou que sustentabilidade precisa estar conectada a impacto real — e que o silêncio, hoje, também comunica.

Verdade e caos como matéria-prima da comunicação

O evento também contou com palestras de Marcelo Duarte, que refletiu sobre como comunicar em cenários caóticos; Sheylli Caleffi, que abordou os impactos da fragmentação digital na cultura organizacional.

Brasilidade

Dando o tom do encerramento, José Miguel Wisnik apresentou uma aula-show sobre criatividade e brasilidade. Combinando música, memória e emoção, o evento terminou reforçando uma das premissas centrais do Aberje Trends: comunicar é, mais do que nunca, compreender contradições, ouvir com empatia e a importância da sensibilidade humana para gerar empatia autêntica, construir confiança e promover relações duradouras.

Total
0
Shares
Anterior
Malware disfarçado em DeepSeek e WPS Office sugere volta de grupo Silver Fox
Foto: Divulgação

Malware disfarçado em DeepSeek e WPS Office sugere volta de grupo Silver Fox

A equipe do Netskope Threat Labs identificou uma nova campanha de ciberataques

Próximo
PNAD Contínua de maio mostra mercado de trabalho bastante aquecido, diz economista da XP
STF vai definir se vales alimentação e de transporte e planos de saúde integram base de cálculo da previdência / Foto: Anoushka Puri / Unsplash

PNAD Contínua de maio mostra mercado de trabalho bastante aquecido, diz economista da XP

Confira análise de Rodolfo Margato, Economista da XP

Veja também