Worker’s Compensation é opção para proteger motoristas nos Estados Unidos
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, 17.298 pessoas foram feridas e 2.448 faleceram em virtude de acidentes com caminhões no Brasil no ano passado. Esses números vêm se mantendo no mesmo patamar em relação aos anos anteriores, quando foram atingidos, respectivamente, 17.398 e 2.521, em 2021, e 16.545 e 2.455 em 2020, indicando não haver uma tendência de diminuição. O recorte brasileiro, ainda assim, fica em cerca de metade do que acontece nas estradas norte-americanas, que tiveram 4.678 mortes em 2022.
Isso mostra que, embora a profissão de caminhoneiro seja relativamente mais segura nas estradas dos EUA que nas estradas do Brasil, ainda há uma série de riscos envolvidos. “Sejam autônomos ou donos de frotas de caminhões, contar com o seguro Workers’ Compensation é essencial tanto para a saúde financeira da empresa quanto para a segurança de todos”, afirma Tiago Prado, CEO da BRZ Insurance. “Ele proporciona a proteção dos caminhoneiros que estão ali trabalhando em caso de acidente”.
Nos EUA, a maioria dos estados exige algum tipo de Workers’ Compensation para empresas que tenham a partir de um funcionário, oferecendo compensação para lesões ou doenças que ocorrem enquanto um trabalhador está em serviço. “Por serem independentes, as leis estaduais podem variar em exigências; algumas especificam os tipos de lesões e doenças cobertas, e também os níveis de benefícios que um funcionário pode receber, por exemplo”, detalha Tiago.
Entre o que pode estar coberto por esse tipo de apólice estão perdas salariais, despesas médicas e responsabilidade civil do empregador, compensando dependentes de funcionários que vieram a óbito por causa do trabalho ou sofreram algum acidente limitante. Ajuda também a proteger contra ações judiciais relacionadas a essas situações. Os trabalhadores, por sua vez, podem receber auxílios por ferimentos, lesões e invalidez (total ou parcial).
O Workers’ Compensation funciona basicamente da mesma maneira em todas as indústrias, variando pouco quando se trata de empresas de transporte. O básico é o mesmo até certo ponto: um funcionário é ferido, ele faz uma reclamação e é coberto financeira e legalmente. Mas muitos caminhoneiros não são necessariamente funcionários de uma empresa de transporte comercial. Às vezes, eles são proprietários-operadores, algo como um motorista freelancer e não são considerados funcionários da empresa de transporte. Com isso, a empresa então não é obrigada a fazer o seguro de compensação para essa categoria, mas pode optar por incluí-los em seu programa de seguro. Outra alternativa é o próprio trabalhador adquirir a sua cobertura de Workers’ Compensation para garantir benefícios médicos e alguma cobertura de invalidez em caso de lesão durante o trabalho.
E vale lembrar que além das lesões mais comumente associadas a conduzir veículos pesados como caminhões, ainda existem outras que acontecem com frequência, como ferimentos carregando ou descarregando mercadorias, ao fazer reparos durante a viagem, ou mesmo alguém escorregar e cair ao entrar ou sair do caminhão.
“Outro aspecto importante a ser mencionado é que a cobrança de taxas de Workers’ Compensation para caminhoneiros traz um complicador a mais: em um serviço de transporte interestadual, o caminhoneiro viaja por estados diferentes, com leis diferentes. Quem contrata este tipo de apólice precisa verificar se a cobertura é válida em todos os estados pelos quais o motorista vai transitar”, alerta Tiago.