Os aeroportos internacionais de Belo Horizonte (MG), de Salvador (BA) e Tom Jobim/RIOGaleão (RJ) receberam o prêmio ACI-LAC Green Airport Recognition por promoverem boas práticas socioambientais, que visam reduzir os impactos da operação aeroportuária. Os terminais estão entre os sete da América Latina e do Caribe que tiveram o reconhecimento.
O engenheiro civil com especialização na área ambiental, Edson Benício, considera que os aeroportos têm mostrado preocupação em adotar medidas que contribuam para a preservação do meio ambiente. Para ele, promover estudos dessa natureza favorece tanto a questão econômica quanto a ambiental.
“Tenho percebido que as administrações dos aeroportos, juntamente com suas equipes de meio ambiente, têm buscado garantir níveis elevados de qualidade em relação a questões ambientais. É muito importante desenvolver políticas e monitoramentos voltados para impactos ambientais, justamente para que haja uma convivência harmoniosa entre a operação do aeroporto e as comunidades em volta”, destaca.
Belo Horizonte
O destaque de Belo Horizonte partiu do projeto de reforma da Central de Água Gelada, que recebeu menção honrosa como projeto sustentável nas áreas de Reuso de Água, Eficiência Energética e Custo de Manutenção. Denominado “Inovação do Sistema de Climatização do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte”, o projeto tem o intuito de implantar um sistema de ar-condicionado eficiente e econômico, formado por duas centrais de água fria instaladas nos terminais de passageiros 1 e 2.
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A ideia é proporcionar maior eficiência no sistema de refrigeração, de até 30%, assim como uma diminuição do consumo, em horários mais movimentados, de até 70%. O sistema também promove economia no consumo de água, uma vez que está ligado ao conjunto de reaproveitamento de águas pluviais.
Tom Jobim/RIOGaleão
O Aeroporto Internacional Tom Jobim/RIOGaleão, por sua vez, estabeleceu o Programa de Gestão de Resíduos na categoria de Mudanças Climáticas. A iniciativa contribuiu, até o momento, para a diminuição de 42% das emissões de gases de efeito estufa.
Outra ação elaborada pelo terminal destinou mais de 16 mil toneladas de resíduos recicláveis a cooperativas de recicladores e compostagem. A medida contribuiu para a geração de renda de 57 famílias.
“É comum se ouvir dizer que conservação só gera gasto. Mas, se você observar, as empresas aéreas têm vários benefícios ao adotarem práticas conservacionistas, com preocupações ambientais, com resíduos, com território e com a ocupação humana nessas áreas de segurança essencial à atividade”, pontua o professor do Departamento de Engenharia Florestal da UnB Reuber Brandão.
Salvador
Premiado pela terceira vez como “aeroporto verde”, o terminal de Salvador foi contemplado, desta vez, por apresentar o projeto “Compostagem Acelerada”. A iniciativa consiste em uma composteira com tecnologia exclusiva de biodigestão. O mecanismo permite que haja aceleração no processo de reuso de resíduos de alimentos em até 24 horas, transformando-os em líquidos.
Depois desse procedimento, o líquido é destinado à Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) do próprio sítio aeroportuário e enviado para reuso. O material é aproveitado nas descargas dos banheiros, assim como na limpeza de ambientes comuns. O processo proporciona uma economia de até 68 mil litros de água por mês.