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Além da lei: estratégias para apoiar a jornada materna em empresas

Carine Roos, CEO e fundadora da Newa / Foto: Paulo Liebert / Divulgação
Carine Roos, CEO e fundadora da Newa / Foto: Paulo Liebert / Divulgação

Carine Roos, mestre em Gênero e CEO da Newa, consultoria de impacto social, explica sobre como as organizações podem abrir o caminho no apoio às mães

De acordo com o Grupo de Tarefa Política de Cuidado na Câmara, estabelecido pela bancada feminina, aproximadamente 120 propostas legislativas voltadas para medidas de apoio às mães estão atualmente em tramitação no Congresso Nacional. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, se o trabalho com a casa e a família fossem devidamente contabilizados e remunerados, representariam 13% do Produto Interno Bruto do país. Tais projetos abrangem a manutenção da vida através de encargos não pagos, incluindo a ampliação da licença maternidade e paternidade.

No entanto, para além das propostas apresentadas no congresso, há uma série de ações que as organizações podem oferecer a fim de  apoiar as mulheres durante a jornada materna. Ou seja,  criar um espaço que valorize o equilíbrio em relação a vida pessoal e as ocupações laborais também é um papel das corporações, assim como oferecer  suporte emocional, físico e mental para elas. “Em primeiro lugar, as empresas têm a possibilidade de estender e equiparar o tempo de licença parental que, não somente beneficia o ambiente corporativo, já que reduz o absenteísmo, mas, similarmente, contribui no desenvolvimento saudável das crianças e da sociedade”, afirma Carine Roos, mestre em Gênero pela London School of Economics and Political Science – LSE, fundadora e CEO da Newa, consultoria de impacto social.

Outras diretrizes ajustáveis no retorno à rotina corporativa, como horários flexíveis, home office e meio período de trabalho, precisam ser adotadas. Isso porque possibilitam uma transição suave de volta ao cotidiano profissional, permitindo que as mulheres tenham um intervalo adequado para cuidar de seus bebês e se adaptar à nova dinâmica familiar.

“Programas de mentoria, por exemplo, conseguem ajudar mães a desenvolverem suas habilidades ocupacionais e a navegar pelos desafios do puerpério e da carreira”, destaca Carine. “Outro aspecto importante, que poucas instituições consideram investir, mas que seria de grande valia, é o investimento em instalações de creche ou o oferecimento de subsídios para supervisão infantil. Isso não só melhora a qualidade e rendimento, mas também reduz o estresse financeiro, possibilitando que se concentrem em suas tarefas com mais foco e produtividade”, complementa a especialista.

Por fim, é evidente que as companhias que reconhecem e apoiam as mães não apenas fortalecem sua cultura, como demonstram seu compromisso com valores de igualdade, equidade, diversidade e inclusão. “O ‘cuidar’ é uma responsabilidade de todos e, ao adotar políticas e práticas que capacitam e auxiliam essas mulheres a prosperarem tanto em casa quanto nos negócios, as empresas não só as beneficiam, mas igualmente impulsionam o sucesso e a sustentabilidade de seus empreendimentos e da sociedade em si a longo prazo”, finaliza a CEO.

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