Afirmação é de Paul Zubrinich, CMO da Optalert, líder mundial em identificação de fadiga e criadora da escala do sono, usada por instituições como Harvard e pela NASA – agência espacial americana; Testes já estão em fase final e Europa deverá impulsionar o uso das tecnologias de segurança em todos os veículos que circularem no continente
A relação sono e volante está na mira dos órgãos reguladores europeus e os equipamentos de prevenção se tornarão obrigatórios em todo o mundo, em poucos anos. A previsão vem de um dos executivos que mais entende de ‘alerta’ de fadiga do mundo, Paul Zubrinich, executivo da Optalert, biotech australiana, líder global no controle de sonolência em operações de riscos.
“Temos uma grande mudança pela frente que beneficiará a todos com uma redução significativa de acidentes e de perdas de vidas em todo o mundo”, afirma Zubrinich ao comentar sobre a obrigatoriedade imposta pelas autoridades da União Europeia. O bloco decidiu incluir a detecção de sonolência do motorista como uma das exigências de segurança em carros vendidos dentro dos 27 países. O Euro NCAP (programa europeu de segurança em automóveis), também incorporou a detecção de sonolência como parte de seu protocolo de avaliação ao analisar as classificações de segurança de um veículo.
Na prática, todos os novos modelos homologados já precisam contar com um sistema de monitoramento de fadiga e, a partir de julho de 2024, todos os veículos que saírem das concessionárias europeias terão que ter o equipamento como padrão. “Os dispositivos não somente serão obrigatórios como terão que apresentar níveis elevados de credibilidade, baseados em algoritmos que institucionalizam análises objetivas, baseadas em modelos matemáticos eficientes e confiáveis”, explica Zubrinich.
O novo equipamento que a Optalert oferecerá será capaz de medir, por exemplo, a frequência e velocidade de ‘piscadas’ do motorista, além de outras manifestações oculares que determinarão o nível de cansaço de quem está dirigindo. O alerta será emitido de acordo com a escala de cansaço que não apenas gerará uma autorreflexão de responsabilidade no motorista, como um aviso aos passageiros de que o condutor não está em condições de dirigir com segurança. A tecnologia é preditiva e será capaz de evitar milhares de acidentes já em seus primeiros anos de implementação.
Estudos compilados pela Optalert apontam que 60% dos motoristas que estão dirigindo ‘neste momento’, em estradas e rodovias pelo mundo, estão com algum nível de cansaço ou sonolência que merece atenção.
No Brasil
Por aqui não há no radar uma previsão de quando uma lei similar a da União Europeia deva ser aprovada. A sociedade brasileira não debate o tema com a devida urgência, apesar de ter um dos sistemas rodoviários mais mortais do mundo.
De acordo com um estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) em parceria com a Academia Brasileira de Neurologia e com o Conselho Regional de Medicina, 42% dos acidentes estão relacionados ao sono e 18% por fadiga. Somados, parte significativa de 62% do drama que vivenciamos nas pistas brasileiras poderia ser evitado, se adotássemos a prevenção como bandeira veicular.
No Brasil, a meditech Optalert atua em operações monitoradas nas mineradoras Usiminas e Vale, com resultados expressivos na detecção de fadiga de motoristas que conduzem os chamados caminhões-fora-de estrada (em circuitos fechados). A adoção do sistema da Optalert foi capaz de eliminar a ocorrência de acidentes graves em ambas as empresas.