Almoço do CVG-SP com a Susep traz debate sobre como ampliar acesso ao seguro de vida no país

Júlia Normande Lins, diretora de Infraestrutura de Mercado e Supervisão de Conduta da Susep / Foto: Divulgação
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Diretora da Susep apresentou as principais conclusões do grupo de trabalho que discutiu soluções para aumentar a penetração do seguro de vida na sociedade

O Clube Vida em Grupo São Paulo (CVG-SP) recebeu no seu tradicional almoço, no dia 21 de maio, no Terraço Itália, a diretora de Infraestrutura de Mercado e Supervisão de Conduta da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Júlia Normande Lins, que apresentou o tema “Susep – Inovação, Política Nacional de Acesso e o Seguro de Vida”. Recebida pelo presidente Anderson Mundim e diretoria do CVG-SP, ela expôs as propostas do Grupo de Trabalho (GT), que coordenou, para viabilizar o acesso da população ao seguro, especialmente o seguro de vida e, sobretudo, para a parcela dos mais vulneráveis.

Logo após a abertura do evento, realizada pelo diretor de Relações com o Mercado, Marcos Salum, a diretora da Susep informou que o GT contou com a participação de representantes de seguradoras, segurados, corretores de seguro, autoridades públicas e outros, que discutiram, além do seguro de vida, temas diversos, como educação financeira, seguros para populações sub-representadas, microempreendedores etc. “No GT, o seguro de vida foi exaustivamente debatido por sua condição de instrumento de proteção familiar e de planejamento financeiro, muito eficiente, mas pouco acessado por grande parte da população”, afirmou.

Com o intuito de subsidiar a Susep para a criação da Política Nacional de Acesso ao Seguro, o GT se concentrou em alguns objetivos principais, como formas de viabilizar a ampliação do acesso ao seguro; trazer a questão para o âmbito institucional; utilizar a educação securitária para promover o acesso; e desenvolver produtos adequados à realidade da população brasileira. Entre as recomendações do GT, Júlia Lins destacou a necessidade de melhoria na linguagem, com informações mais claras sobre os produtos e garantias.

Já no âmbito institucional, a diretora ponderou que foram ouvidas propostas relacionadas à viabilidade de alguns seguros – a exemplo do seguro de vida – serem incluídos em programas sociais do governo, como o Bolsa Família. Ela observou que uma estratégia de longo prazo seria a oferta de seguros inclusivos e microsseguros. Nesse aspecto, a diretora destacou o papel de proteção financeira do seguro de vida para a população de baixa renda e também para os microempreendedores, especialmente aqueles que atuam na informalidade.

“O seguro de vida pode evitar a descapitalização das famílias, no caso de morte ou de doença grave, e também proteger os microempreendedores que não contam com os benefícios sociais dos trabalhadores formais”, diagnosticou. Ela revelou que um dos subgrupos do GT discutiu o amparo do seguro acoplado a assistências para públicos vulneráveis. Para as mulheres, serviria como mitigador de desigualdade e, por exemplo, como apoio em caso de violência doméstica. Para pessoas com deficiência, que, geralmente, têm dificuldade para contratar seguro de vida, os membros do GT sugeriram a vinculação à seguridade social pública.

Em relação à inovação, Júlia Lins citou o exemplo de uma insurtech, integrante do Sandbox Regulatório, que trouxe a ideia de uma cobertura em termos de inovação: a produção de vídeo do segurado destinado aos beneficiários, após a sua morte. “Ideias criativas podem atrair novos segurados para o mercado”, disse. Ela mencionou, ainda, a necessidade de as empresas de seguros aderirem ao digital para alcançarem os segurados, bem como acoplarem ao seguro, por meio de aplicativos, serviços de bem-estar e de prevenção. “Ajudam a trazer o seguro para o dia a dia do consumidor”, acrescentou.

Seguro para a vida

Júlia Lins encerrou a sua apresentação, considerando que o seguro de vida precisa ser massificado para chegar à população mais vulnerável, que não têm poupança ou previdência para usar em caso de infortúnio. Ela propôs, ainda, uma mudança de enfoque na visão do produto. “O seguro de vida precisa ser mostrado como forma de proteger as famílias, em um momento difícil, porque a vida dos familiares precisa continuar”, ponderou.

Com base nas conclusões do GT, a diretora ressaltou que o seguro de vida precisa ser mais acessível e justo, ser precificado sem qualquer discriminação e ofertado em linguagem clara e de forma humanizada. Respondendo a um questionamento da plateia, ela informou que a expectativa para este ano é publicação da norma para o seguro de vida universal. No momento, porém, a Susep tem se esforçado para adequar seus normativos às novas leis (Lei 15.040 e LC 123). Segundo ela, ambas terão impactos no seguro de vida.

Novas associadas

Durante o evento, o CVG-SP deu as boas-vindas a duas novas associadas. A Domaco Corretora de Seguros, representada por Domingos Costa, e a assessoria Valor-Ação, representada por Jorge Teixeira Barbosa, receberam o título de sócias-parceiras. Outro destaque foi a apresentação do livro “Proteção Vital: seguros de vida para profissionais liberais”, de autoria de Josusmar Sousa, da Mister Liber, sócia-parceira do CVG-SP. No encerramento, o presidente do CVG-SP elogiou o rico conteúdo apresentado no almoço e anunciou um evento para agosto. “Será imperdível”, antecipou Anderson Mundim.

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