Amamentação e sono: como enfrentar os desafios do pós-parto

Ginecologista Ana Beatriz Melo, da rede Meu Doutor Novamed, de Porto Alegre
Ginecologista Ana Beatriz Melo, da rede Meu Doutor Novamed, de Porto Alegre

Ginecologista da Rede Meu Doutor Novamed alerta sobre os cuidados para evitar o cansaço extremo ao conciliar amamentação e horas dormidas

A privação e a má qualidade do sono durante o pós-parto e no período de amamentação podem afetar a saúde física, emocional e cognitiva das mães. Segundo a ginecologista Ana Beatriz Melo, da unidade Porto Alegre (RS) da rede de clínicas Meu Doutor Novamed, da Bradesco Seguros, os primeiros sinais costumam ser emocionais, como ansiedade e sintomas depressivos.

Fadiga intensa e desafios na amamentação

A médica destaca que a fadiga intensa, diretamente relacionada à redução do tempo de sono, é um sintoma precoce e recorrente. “Níveis elevados de cansaço e privação de sono estão associados à menor duração do aleitamento materno, maior probabilidade de dificuldades na amamentação e risco aumentado de desmame precoce. A fadiga pode comprometer a disposição e a capacidade da mãe de manter a frequência e a eficácia das mamadas, essenciais para a produção de leite”, explica.

Além disso, o cansaço pode levar à percepção equivocada de baixa produção de leite, mesmo quando a produção é adequada, o que pode resultar na introdução precoce de fórmulas ou na interrupção do aleitamento exclusivo. Segundo a Dra. Ana Beatriz, o estresse físico e emocional — muitas vezes agravado pela privação de sono — também pode atrasar a descida do leite e reduzir o volume nos primeiros dias, especialmente em mães de primeira viagem ou que passaram por partos difíceis.

Dormir pouco ou dormir mal: ambos são prejudiciais

Estudos indicam que dormir poucas horas seguidas pode prejudicar a recuperação física, desorganizar o ciclo natural do sono e aumentar o risco de problemas cardíacos. Já o sono fragmentado, mesmo com o mesmo número total de horas, compromete a qualidade do descanso, reduz os estágios profundos do sono e afeta a concentração e a memória.

“No pós-parto, o sono interrompido é comum devido aos cuidados com o bebê. Quando isso se prolonga por semanas, os efeitos se acumulam: piora da atenção, redução da energia cerebral e processos inflamatórios que afetam o funcionamento mental. Dormir mal por várias semanas seguidas traz prejuízos contínuos e sérios para o bem-estar e a saúde emocional”, alerta a médica.

Conciliar amamentação e sono: é possível

Para minimizar os impactos, a Dra. Ana Beatriz recomenda garantir ao menos 4 a 5 horas de sono ininterrupto por noite. Uma estratégia eficaz é contar com o apoio de outro adulto para assumir uma ou duas mamadas noturnas, utilizando leite previamente extraído. “Estudos mostram que isso alivia o cansaço sem afetar o vínculo com o bebê ou seu desenvolvimento”, afirma.

Terapias como a cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I) também têm mostrado bons resultados. Hábitos simples, como manter horários regulares para dormir, evitar cafeína e telas à noite, criar um ambiente confortável e adotar técnicas de relaxamento, também são recomendados. Práticas como massagem, exercícios leves e áudios guiados de relaxamento podem ajudar.

Culpa materna e o direito ao descanso

Muitas mães sentem culpa ao descansar enquanto outra pessoa cuida do bebê. “Aceitar ajuda, pedir ajuda, dividir tarefas e reconhecer que o descanso é uma necessidade, não um luxo, são atitudes fundamentais. Uma mãe descansada está mais preparada para cuidar, amar e se conectar com seu bebê”, conclui a Dra. Ana Beatriz.
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