O NFP veio significativamente acima das expectativas, subindo 272.000 em relação aos 175.000 de abril, com o desemprego aumentando para 4,0%. Há uma enorme dicotomia entre o número de NFP do Bureau of Labor Statistics (que vem de pesquisas com empresas) em 272 mil e o número de empregos do Census Bureau, que mostrou uma perda de 408 mil empregos. O número do Census Bureau impulsiona a taxa de desemprego. No último ano, essas duas medidas de emprego divergiram em quase 2,5 milhões de empregos. A pesquisa domiciliar pinta um mercado de trabalho muito mais fraco. Esperamos revisões nos números de NFP nos próximos meses para alinhar melhor esses números.
Acreditamos que o Fed queira cortar os juros este ano, mas um corte é improvável de acontecer antes de setembro, no mínimo. E quando o fizerem, é provável que anunciem que isso não inicia um ciclo consistente de aumentos de 25 bps por reunião, mas talvez um ritmo mais infrequente, como a cada outra reunião. Não importa particularmente se eles começarem a aumentar em setembro ou em novembro, o que importa é o ritmo a partir daí.
Um eventual ciclo de flexibilização não normalizará a curva de rendimentos da noite para o dia. Uma curva de rendimentos profundamente invertida pode levar trimestres, senão anos, para se corrigir. Achamos que isso acontece com os cortes do Fed trazendo a parte curta da curva para baixo, enquanto a parte longa permanece elevada, com espaço para subir modestamente se a inflação nos EUA continuar alta. É importante lembrar que, embora os investidores tenham se acostumado com a política de taxa de juros zero (ZIRP) nos últimos anos, os rendimentos de 5 e 10 anos um pouco acima de 4% não estão tão distantes do valor justo e esperamos que possam permanecer em níveis semelhantes enquanto a parte curta da curva se ajusta.
