ANPD reforça argumentação do Idec e proíbe Meta de usar dados de brasileiros para treinar IA

Prudential do Brasil promove gamificação para alertar sobre a importância da proteção de dados/ Foto: Freepik
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Idec enviou denúncia à autoridade na última quarta-feira (26) e a ANPD decidiu suspender a prática na manhã desta terça-feira (02)

Hoje, dia 02 de julho, o Conselho Diretor da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) emitiu uma medida preventiva determinando a suspensão cautelar da Política de Privacidade da Meta que permitia o tratamento de dados pessoais dos usuários para treinamento de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) da empresa. Também foi estabelecida multa diária de R$ 50 mil por descumprimento.

De forma muito similar à notificação enviada pelo Idec em 26 de junho, o voto da Conselheira Miriam Wimmer, confirmado pelo Conselho Diretor, é fundamentado pela (i) falta de informações claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a alteração da Política de Privacidade; (ii) inadequação no uso da hipótese legal do legítimo interesse; (iii) limitações ao exercício da dos direitos dos titulares e (iv) tratamento de dados de crianças e adolescentes sem a observância de seu melhor interesse.

A emissão da cautelar é uma vitória parcial. A decisão preventiva é fundamental frente aos riscos de dano grave e irreparável aos cidadãos. Entretanto, é essencial que a Coordenação Geral de Fiscalização da ANPD garanta tecnicamente que os dados pessoais não estejam, de fato, sendo mais utilizados para o treinamento de IA da big tech. Além disso, a apuração tem que continuar, para que uma decisão definitiva confirme a suspensão permanente do tratamento de dados de usuários brasileiros para o treinamento de ferramentas de IA da Meta.

Nesse sentido, é fundamental que a ANPD mantenha a mesma postura diligente durante toda sua condução no caso, e, por isso, a atuação e pressão pública do Idec continuará. A alteração da Política de Privacidade em malefício aos direitos dos titulares-consumidores é uma prática recorrente da Meta. É necessário que a Agência se mantenha ativa no processo administrativo fiscalizatório instaurado e esteja aberta às colaborações técnicas da sociedade civil, que foram essenciais para que a Meta fosse publicamente confrontada.

O Idec continuará atuando na defesa de consumidores-titulares de dados para coibir práticas abusivas e seguirá contribuindo para a devida apuração de responsabilidades e punição das ilegalidades por parte da Meta.

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