Sangue doado é separado em componentes que podem salvar até quatro vidas
Atualmente, apenas 1.6% da população brasileira é doadora de sangue, segundo levantamento do Ministério da Saúde (MS). Embora esteja dentro dos parâmetros recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que variam entre 1% e 3%, o índice nacional pode melhorar e atingir estoques mais satisfatórios nos bancos de sangue.
Isso porque, de acordo com a Fundação Pró-Sangue, alguns tipos de sangue estão em estado de alerta ou crítico, o que significa que há poucas bolsas disponíveis nos hemocentros para transfusão. Atualmente, são os tipos: O+, O- e B-.
Considerado um tecido vivo, o sangue é composto por hemácias, plaquetas, plasma e leucócitos. Após a doação, cada bolsa é separada nesses componentes que podem salvar até quatro vidas, segundo a Fundação Pró-Sangue.
“Doar sangue é fundamental para salvar vidas, já que ele não pode ser sintetizado em laboratório. Por isso, a doação é essencial para realizar tratamentos médicos complexos que dependem de transfusões”, esclarece o Dr. Ricardo de Almeida Pereira, Diretor Executivo do Hemocentro São Lucas e médico credenciado pela Omint.
O médico explica que o processo começa com uma entrevista durante a triagem para garantir a aptidão do doador. Após a doação, o sangue passa por um rigoroso processo até chegar aos hospitais, incluindo verificações detalhadas para assegurar sua segurança e compatibilidade sanguínea.
“Existem inúmeras doenças que impedem a doação. Dessa forma, a análise é realizada com foco na proteção ao doador e, também, do receptor”, declara o médico.
Há condições que impedem uma pessoa de ser doadora, seja temporária ou permanentemente. Algumas delas são:
- Doenças infecciosas ativas como: gripe, hepatites ou doenças sexualmente transmissíveis.
- Intervenções médicas recentes, como cirurgias.
- Se recebeu alguma vacina nas últimas 48h.
- Mulheres grávidas ou lactantes.
Requisitos para doar sangue
Para ser um doador de sangue, é necessário atender aos requisitos estabelecidos pelo MS:
- Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até os 60 anos.
- Apresentar documento de identificação com foto e emitido por órgão oficial.
- Pesar no mínimo 50 kg.
- Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas.
- Estar alimentado, evitando alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação e até duas horas após o almoço.
Oportunidade para ser um doador de medula óssea
Além da doação de sangue, você também pode se tornar um doador voluntário de medula óssea. Para se cadastrar no REDOME, basta procurar o hemocentro mais próximo (consulte aqui) e realizar o cadastro. Durante esse processo, será coletada uma pequena amostra de sangue (10ml) para o exame de tipagem HLA, que determina a compatibilidade com pacientes que necessitam de transplante.