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Apesar de cautela, contratar está difícil para 78% das empresas

Divulgação Robert Half Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half América do Sul
Divulgação Robert Half Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half América do Sul

Índice de Confiança Robert Half mostra que 18% das empresas pretendem recrutar mais nos próximos meses, o que revela resiliência e estabilidade nas projeções de contratação

A Robert Half, consultoria global de soluções em talentos, divulga a 32ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH). O estudo, que mede o nível de otimismo de profissionais com qualificação e recrutadores em relação à economia e ao mercado de trabalho brasileiro, revela que quase 80% das empresas seguem com dificuldades para contratar. O dado é importante, pois, mesmo diante de um aumento do pessimismo pelo segundo semestre consecutivo, 18% das empresas planejam recrutar mais nos próximos meses, o que demonstra resiliência nas projeções de contratação.

O índice consolidado recuou 3,1 pontos (de 38,6 pontos, no primeiro semestre, para 35,5 pontos, no segundo). As perspectivas para os próximos seis meses regrediram na mesma proporção, passando de 43,3 para 40,2 pontos. A tendência de queda reforça a percepção de um ambiente mais desafiador, marcado por juros elevados, inflação persistente, câmbio volátil e projeções mais modestas para o PIB de 2025.

Momento Junho
2024
Setembro
2024
Dezembro
2024
Março
2025
Setembro
2025
Situação atual 38,9 38,0 39,9 38,6 35,5
Próximos seis meses 45,9 44,7 45,4 43,3 40,2

 

“O panorama reflete precaução, porém existem focos de estabilidade e recuperação em setores específicos da economia, como Serviços e Varejo, por exemplo. Para as companhias, isso reforça a importância da manutenção de estratégias ágeis de gestão de talentos, de forma a não perder oportunidades de crescimento e competitividade”, orienta Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half.

Desemprego e escassez de talentos

A taxa de desemprego entre profissionais qualificados manteve-se em 3,0%, índice bastante inferior à taxa geral do país (5,8%). Mesmo com o contexto de cautela, 78% das empresas relatam dificuldade em contratar profissionais com qualificação, e 63% acreditam que o desafio deve permanecer estável, enquanto 25% projetam piora.

Tendências de carreira e preferências dos profissionais

Embora haja instabilidade, profissionais empregados mantêm confiança em sua empregabilidade individual, indicando percepção de segurança em seus cargos atuais.

Na escolha de novas oportunidades, fatores não salariais seguem como determinantes para a tomada de decisão. Pacotes de benefícios, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, perspectiva de crescimento, modelo de trabalho (presencial, remoto ou híbrido) e distância da residência ao escritório estão entre os aspectos mais citados.

Entre os destaques por categorias:

Recrutadores

registram queda na avaliação da economia (30,4 pontos atuais; 35,2 futuros) e redução nas perspectivas de mercado (43,1 para 40,6 pontos). A intenção de contratar permanece fraca (37,1 pontos atuais; 46,3 futuros), enquanto cresce a intenção de demitir (de 35,7 para 49,5 pontos).

Profissionais empregados

embora confiem na própria empregabilidade, o grupo avalia uma piora na economia (30,9 pontos) e reduz a expectativa de emprego futuro (52,4 pontos ante 63,6 no semestre anterior).

Profissionais desempregados

continuam no patamar mais baixo de confiança, com avaliação negativa da economia atual (28,3 pontos), do mercado futuro (36,6 pontos) e da perspectiva de recolocação (45,5 pontos).

“O mercado reflete um ambiente de maior atenção e de piora da confiança. Adiar decisões de contratação pode ampliar riscos, resultando em escassez de talentos e pressões salariais no futuro. Nossa recomendação é que as organizações equilibrem prudência com planejamento e ação estratégica para atrair, reter e engajar profissionais-chave em um cenário desafiador”, completa Mantovani.

Metodologia

O Índice de Confiança Robert Half (ICRH) é um indicador de difusão que varia de 0 a 100 pontos, com base móvel em 50 pontos – valores acima desse patamar indicam confiança. A pesquisa considera percepções de profissionais empregados, desempregados e recrutadores, abordando a situação atual e expectativas futuras.

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