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Ar seco, poluição e inverno: estudos revelam como essa é a combinação perfeita para infecções de ouvido em crianças

three children holding hands standing on grasses
Photo by Markus Spiske on Unsplash

Análises que seguiram mais de 600 mil crianças e revisaram milhares de casos estabelecem um elo estatístico entre a má qualidade do ar e a maior incidência e hospitalização por otite média

Estudos científicos recentes revelam uma correlação significativa entre a exposição a poluentes atmosféricos e o aumento da incidência de otite média aguda (OMA) em crianças, com destaque para os meses de inverno. Um levantamento publicado na International Journal of Environmental Research and Public Health aponta que poluentes encontrados no ar aumentam em até 42% o risco de OMA em crianças menores de 2 anos de idade. 

Em 2023, por exemplo, pesquisadores chineses publicaram o estudo “Efeitos da poluição do ar nas visitas de emergência por otite média aguda em crianças”, no qual analisaram mais de 13 mil crianças chinesas, mostrando que o ar poluído aumentam as chances de OMA, intensificando-se no inverno. E em 2024, uma investigação publicada na revista BMC Environmental Science, a partir de dados de 22 anos de atendimento hospitalar, também constatou a relação entre a poluição, as gripes sazonais e a otite média aguda em crianças.

Os estudos demonstram que a exposição a poluentes como dióxido de enxofre (SO₂), dióxido de nitrogênio (NO₂) e a fumaça fina (PM2.5) deixa o sistema respiratório das crianças mais vulnerável. Durante o frio, a situação se agrava por causa da inversão térmica, um fenômeno que concentra esses poluentes perto do solo, justamente onde circulamos. O estudo realizado na China com quase 14 mil crianças mostrou que um pequeno aumento na concentração desses poluentes já eleva o risco de os pequenos precisarem de atendimento médico por conta da otite. 

Mas como isso acontece? A poluição inflama as vias respiratórias, incluindo a tuba auditiva, um canal que liga o nariz ao ouvido. “Com a inflamação, a tuba auditiva não consegue mais fazer a “limpeza” da região, o que gera um acúmulo de líquido no ouvido médio. Esse ambiente úmido e sem ventilação é perfeito para a proliferação de vírus e bactérias, causando a dor e o desconforto da otite”, comenta o doutor Fernando Balsalobre, médico otorrinolaringologista e membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).

Essas descobertas são um alerta para a importância de políticas públicas que visem a redução da poluição do ar. Cuidar do meio ambiente é também uma forma de proteger a saúde das crianças. Nesse sentido, o especialista compartilha algumas dicas importantes para prevenir e cuidar da saúde auditiva dos pequenos:

  • Evite a exposição à fumaça: Mantenha as crianças longe de ambientes com fumaça de cigarro ou poluição excessiva.
  • Lave as mãos: Incentive a lavagem frequente das mãos para evitar a propagação de germes que podem causar infecções respiratórias.
  • Amamentação: O aleitamento materno pode fortalecer o sistema imunológico do bebê, reduzindo o risco de infecções.
  • Vacinação em dia: Mantenha o calendário de vacinação atualizado, especialmente as vacinas contra gripe e pneumonia.
  • Evite o uso excessivo de cotonetes: A limpeza do ouvido deve ser feita apenas na parte externa. O uso de cotonetes pode empurrar a cera para dentro, causando problemas.
  • Atenção aos sintomas: Fique atento a sinais como dor de ouvido, febre, irritabilidade, dificuldade para dormir ou para ouvir. Procure um médico ao notar qualquer um desses sintomas.
  • Consulte o pediatra regularmente: O acompanhamento médico é fundamental para a saúde geral da criança, incluindo a auditiva.
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