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Atualização da NR-1 estabelece um novo capítulo na jornada de transformação da saúde mental no trabalho

Como a saúde preventiva atua na saúde mental / Foto: Alex Green / Pexels
Foto: Alex Green / Pexels

Confira artigo de Lucas Fernandes, CHRO da Caju

O tema do bem-estar e da saúde mental nas organizações não é algo novo, especialmente para a área de Recursos Humanos. Há mais de uma década, já se observavam esforços mais estruturados para integrar iniciativas de saúde ocupacional com planos organizacionais bem definidos, muito antes de normas e acordos coletivos serem formalizados e da iniciativa do Ministério do Trabalho e Emprego em atualizar a NR-1 (Norma Regulamentadora nº 1).

Hoje em dia, não é incomum que as empresas adotem uma variedade de ações para promover o bem-estar de seus colaboradores. Estas iniciativas vão desde as mais básicas, como ginástica laboral, treinamentos de ergonomia, iniciativas de prevenção ao assédio e capacitação sobre alimentação saudável, até programas mais avançados, como plataformas multidisciplinares ou fomento a exercícios físicos e benefícios inovadores. O objetivo é tornar a força de trabalho mais saudável, promovendo não apenas melhores resultados de longo prazo, mas reduzindo o absenteísmo e o adoecimento, e criando um quadro de profissionais com maior resiliência e alto desempenho.

Com a inclusão do burnout no rol das doenças ocupacionais, há dois anos, muitas empresas que até então não demonstravam interesse particular pelo tema passaram a incluir ações básicas em seus planejamentos. Na mesma medida, aquelas que já estavam mais avançadas no cuidado com a saúde mental passaram a tratar o tema de forma mais aberta e integrada, reforçando seus programas internos de bem-estar físico e psicológico e investindo cada vez mais na capacitação de suas lideranças para lidar com essas questões. Algumas também começaram a oferecer apoio profissional especializado, seja por meio de equipes internas ou parcerias externas, estendendo esses benefícios até mesmo aos familiares de seus colaboradores.

Como líder de Recursos Humanos e psicólogo de formação, acredito que essas discussões e esforços têm gerado resultados significativos no mercado de trabalho brasileiro. É evidente o impacto na conscientização dos colaboradores sobre temas relacionados à saúde mental e ao bem-estar, além da quebra de estigmas e do desenvolvimento de novos recursos para que as pessoas possam lidar melhor com essas questões. Vale ressaltar que todo esse processo não se limita ao ambiente organizacional, muitas vezes trazendo mudanças positivas também para a vida pessoal e familiar dos indivíduos.

Nesse contexto, a atualização da NR-1 só vem a somar a esse movimento, estabelecendo normas e requisitos que ajudam empresas de todos os portes e maturidades a avaliarem melhor o impacto de suas ações e a compreenderem as necessidades em constante evolução para criar ambientes de trabalho mais saudáveis e com menor impacto negativo sobre a saúde das pessoas. Além desse aspecto, considero de extrema importância a participação ativa do Estado nesse debate, especialmente em um contexto onde muitas empresas começaram a liderar essas iniciativas, seguidas por outras que desejavam manter-se competitivas na atração de talentos. Em última análise, todos ganham com esse movimento, especialmente os trabalhadores.

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