Pesquisa feita pela Axia Investing mostra que 44% das pessoas que atuam no setor têm dois ou mais anos de estudo. Na primeira pesquisa, em 2021, o percentual era de 34,34%
Boa notícia para o setor financeiro. Recente levantamento feito pelas mesas proprietárias Axia Investing e Star Desk, ao final de 2024, mostra que o nível de qualificação dos profissionais que fazem day trade melhorou. Segundo a pesquisa, 44% responderam ter dois ou mais anos de estudo sobre as técnicas utilizadas para operar no mercado. Outros 32% afirmaram ter até um ano de estudo a respeito do tema e 24% disseram nunca ter feito cursos, ou seja, aprenderam na prática, na base do erro e acerto.
Para efeito de comparação, na primeira consulta, em 2021, o percentual de profissionais com dois ou mais anos de estudo era de 34,34% – 9,6 pontos percentuais a menos. Naquela ocasião, 37,35% tinham até um ano de estudo e 28,31% preferiram aprender na prática, sem fazer qualquer curso. A melhora nos níveis de conhecimento pode ser constatada observando os níveis de acerto desses profissionais.
A mesma pesquisa captou que 32% dos traders afirmam ter níveis de acerto nas operações mensais entre 70% e 89%. Outros 44% garantem que são bem sucedidos entre 50% e 69% das tentativas. Por fim, 20% têm níveis de acerto entre 30% e 49% e apenas 4% dos entrevistados são bem-sucedidos em menos de 30%.
“É uma ótima notícia porque pesquisas do passado mostravam que a maioria era malsucedida nesta profissão. Inclusive, em 2019, um estudo feito pela FGV havia concluído que 90% dos traders só perdiam dinheiro. Mas naquela época as pessoas entravam no mercado sem conhecer nada. Acreditavam que era fácil lucrar. Com o passar do tempo, elas entenderam que, em qualquer trabalho, é preciso qualificação. Passaram a estudar e o resultado positivo começa a ser visível”, comenta Leonardo Megale, co-fundador de ambas as mesas.
Quanto à importância que o trabalho como trader tem na formação da renda mensal, 4% responderam que o dinheiro ganho com o day trade corresponde a 81% ou mais da renda. Para 8%, o trabalho no mercado financeiro tem peso que varia de 51% a 80% dos ganhos e 24% afirmaram que corresponde de 21% a 50% da renda. 64% disseram não contabilizar os ganhos no orçamento. “De forma geral, as pessoas entram neste mercado com o objetivo de complementar o salário. Mas como vemos, é um trabalho que, quando feito com conhecimento, pode gerar ganhos maiores. O emprego oficial se torna secundário em termos de retorno financeiro”.
A pesquisa teve como base os traders cadastrados nas duas mesas proprietárias que, juntas, contam com mais de 10 mil profissionais, recorte bastante representativo para o segmento no país.