Confira boletim elaborado por Thiago Duarte, analista de mercado de Axi
A decisão do Federal Reserve de sinalizar uma pausa prolongada nas taxas de juros, combinada com os dados de inflação abaixo do esperado divulgados recentemente, mudou significativamente as expectativas do mercado. A inflação permanece sob controle, indicando que as pressões sobre os preços temidas por muitos podem não se materializar de forma tão agressiva. Dados econômicos fortes dos EUA, em comparação com outras regiões importantes, também reforçam a confiança de que a economia norte-americana está navegando este período de aperto de maneira melhor do que o esperado.
Para a América Latina, essa mudança pode trazer tanto oportunidades quanto desafios. Um desempenho econômico mais forte dos EUA é positivo para o comércio global, potencialmente sustentando a demanda por exportações-chave do Brasil. Além disso, uma economia dos EUA estável frequentemente ajuda a mitigar a volatilidade extrema nas moedas da América Latina, trazendo algum alívio ao real brasileiro (BRL), que recentemente se estabilizou em torno de R$ 6 por dólar.
Ao mesmo tempo, a perspectiva de cortes nas taxas do Fed, agora esperados para julho, gerou otimismo nos mercados de risco. No entanto, os formuladores de políticas na América Latina devem agir com cautela. Embora um Fed mais dovish possa aliviar pressões externas, também pode sinalizar riscos persistentes de uma desaceleração dos EUA no médio prazo. Um cenário que poderia pesar sobre os preços globais de commodities, particularmente para o minério de ferro do Brasil.
Na Axi, observamos uma atividade crescente em negociações vinculadas à América Latina, à medida que os clientes se posicionam para uma fraqueza adicional do dólar. Os dados de inflação dos EUA sugerem um caminho mais equilibrado à frente, mas os mercados permanecerão sensíveis aos próximos comentários do Fed e aos lançamentos econômicos para confirmar o cronograma de cortes.