Pesquisa desenvolvida pelo Cepi (Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação) da FGV Direito de São Paulo) revela que é cada vez maior o uso de IA generativa no setor jurídico. Iniciado em julho, o levantamento deverá será concluído em março do ano que vem.
O estudo desenvolvido pelo Cepi mostra que o sucesso de projetos de IA generativa em departamentos jurídicos e escritórios de advocacia não depende exclusivamente de uma ferramenta em si, mas de um conjunto de fatores. “São essenciais aspectos como governança, infraestrutura tecnológica, planejamento financeiro e capacitação das equipes”, afirma Ana Paula Camelo, professora da FGV Direito SP e líder da pesquisa.
Pesquisadores também já identificaram, preliminarmente, que a adoção de sistemas de IA como centro das decisões jurídicas, chamada de “AI first”, tem sido alvo de críticas, especialmente por desconsiderar o papel humano como parte indispensável da revisão e da supervisão técnica.
Segundo a pesquisa, os dados indicam que o protagonismo humano deve seguir no centro das operações jurídicas, com foco no desenvolvimento de novas competências técnicas e socioemocionais, ainda insubstituíveis pela IA.
“O debate sobre esse tema é fundamental, assim como a necessidade de treinamento e disseminação de informação sobre os limites e possibilidades reais dessas tecnologias”, afirma Guilherme Bordon, CEO da eLaw, empresa de tecnologia que atende mais de 300 clientes em três continentes e é uma das patrocinadoras da pesquisa.
Além de analisar o impacto da tecnologia na advocacia, o Cepi irá elaborar recomendações práticas para o uso de IA generativa nos serviços jurídicos e realizar debates temáticos com interlocutores nacionais e internacionais, bem como relatórios temáticos sobre o tema com foco em escritórios, departamentos jurídicos e poder público.
Uma das iniciativas acontecerá hoje (21), às 15h, no debate “Panorama de Legal Ops no Brasil e IA Generativa no Direito”, em formato híbrido e com inscrições online (Link). Além de profissionais da eLaw e do CEPI-FGV, o debate terá a participação de executivos do CLOC Brasil (Corporate Legal Operations Consortium) e do Jurídico Sem Gravata.