Receita do período reforça o valor da diversidade de negócios da B3, com ganhos de eficiência nas despesas da companhia
A B3 S.A. (B3SA3) divulga hoje os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2023. A receita total atingiu R$ 2,5 bilhões, o que representa queda de 3,3% em comparação ao primeiro trimestre de 2022 e redução de 4,2% em comparação ao quarto trimestre de 2022. O lucro líquido recorrente foi de R$ 1,2 bilhão, com recuo de 1,9% em comparação ao mesmo período do ano passado e crescimento de 5,6% em relação ao último trimestre.
Em um cenário desafiador, com taxas de juros em patamares elevados e alta volatilidade nos mercados financeiros e de capitais, a B3 apresentou redução no volume financeiro médio diário negociado (ADTV) de ações à vista, que totalizou R$ 25,2 bilhões, redução de 19,2% e 21,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado e ao quarto trimestre de 2022, respectivamente. Vale destacar a manutenção do giro de mercado acima de 150% no trimestre, reforçando o novo patamar de atividade em que o mercado brasileiro se encontra. O giro de mercado é resultado da divisão do volume negociado no mercado à vista no período pela capitalização de mercado média do período.
Por outro lado, os derivativos listados, instrumentos de renda fixa e Tesouro Direto apresentaram crescimentos bastante significativos. O volume médio diário negociado (ADV) em derivativos listados totalizou 6,1 milhões de contratos. Tal volume é um recorde histórico, 36,0% maior do que no mesmo período do ano passado e 33,1% acima do número registrado no último trimestre de 2022. O resultado reflete a alta volatilidade na curva futura de juros, principalmente nos meses de fevereiro e março.
No segmento de balcão, os juros mais elevados favoreceram o crescimento de 26,7% no estoque de instrumentos de renda fixa e de 28% no estoque do Tesouro Direto.
Outro destaque do período foi o desempenho das despesas, que começa a refletir os resultados das iniciativas de ganho de eficiência, intensificadas no ano passado. “A B3 continuará olhando despesas com bastante atenção, sempre buscando a otimização de sua estrutura de custos sem comprometer a estratégia de crescimento da companhia”, explica André Veiga Milanez, diretor-executivo Financeiro, Administrativo e de Relações com Investidores.
Receita do segmento Listados
No primeiro trimestre, o segmento de listados gerou receita de R$ 1,5 bilhão (62,5% do total), o que representa queda de 9,3% em relação ao mesmo período de 2022. No mercado de ações e instrumentos de renda variável, houve queda de 19,2% no ADTV de ações à vista, refletindo um menor giro de mercado (turnover) e market cap, devido ao alto patamar das taxas de juros e ao aumento das incertezas no cenário macroeconômico. Os contratos futuros de índices tiveram redução de 13,3% no número de contratos negociados, resultado explicado pela queda na negociação da versão mini desses contratos.
O número médio de contas na depositária de renda variável cresceu 21,3% no período, reflexo principalmente do fim do lock-up e subsequente adesão de pessoas físicas à uma oferta pública ocorrida em 2021, que teve impacto também em janeiro, além da busca dos investidores individuais por maior diversificação em seus portfólios.
Receita do segmento Balcão
O segmento obteve receita de R$ 349,5 milhões (14,2% do total), o que significa aumento de 16,2% em relação ao primeiro trimestre de 2022. Com a manutenção da taxa de juros em patamar elevado, o volume de novas emissões e o estoque médio de instrumentos de captação bancária registrados cresceram, respectivamente, 14,9% e 14,6%. As emissões de CDB representaram 78,3% das novas emissões durante o trimestre.
As emissões dos outros instrumentos de renda fixa tiveram crescimento de 20,7%, resultado influenciado pelo aumento de 36,1% nas emissões de instrumentos do mercado imobiliário e 12,2% nas emissões de instrumentos do agronegócio. Já o estoque médio de instrumentos de dívida corporativa aumentou 21,0%. Outro destaque foi o contínuo crescimento do Tesouro Direto, cujo número de investidores e estoque médio cresceram 13,8% e 28,0%, respectivamente.
Receita do segmento Infraestrutura para Financiamento
O segmento Infraestrutura para Financiamento obteve receita de R$ 110,7 milhões (4,5% do total), o que representa aumento de 0,7% em relação ao primeiro trimestre de 2022. O número de veículos vendidos no Brasil aumentou 21,4%, o que demonstra uma melhora nesse mercado devido à diminuição dos gargalos de produção. Em relação aos financiamentos de veículos, o crescimento foi de 7,3%, refletindo menor penetração do crédito devido ao alto patamar das taxas de juros.
Receita do segmento Tecnologia, Dados e Serviços
O segmento Tecnologia, Dados e Serviços teve receita de R$ 461,2 milhões (18,7% do total), alta de 5,9% em relação ao primeiro trimestre de 2022.
A quantidade média de clientes do serviço de utilização mensal dos sistemas de Balcão aumentou 11,4%, consequência, principalmente, do crescimento da indústria de fundos no Brasil. Houve também crescimento de 5,3% no número de clientes que utilizam os serviços de co-location em relação ao ano anterior, efeito da expansão de capacidade do serviço.
O documento com as informações completas sobre os resultados operacionais para o primeiro trimestre de 2023 está disponível no site de RI da B3.
