Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, comentou que a pausa nos 4,5% já era esperada pelo mercado
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter sua taxa de juros de referência em 4% ao ano, apesar dos indicadores econômicos fracos que sinalizam para a possível entrada da economia da zona do euro em recessão. As taxas de empréstimos e refinanciamento também se mantiveram estáveis em 4,75% e 4,5% ao ano, respectivamente.
Sobre esta decisão, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, comentou que a pausa nos 4,5% já era esperada pelo mercado, mas a indicação no comunicado do BCE de que a taxa atual seria suficiente para levar a inflação à meta caso mantida por um longo período trouxe certa surpresa. “Isso é algo que não estava tão precificado assim”, afirmou Cruz.
Para Gustavo, o comunicado do BCE pode ser interpretado como um sinal de que talvez as taxas não precisem subir muito mais, especialmente para economias emergentes como o Brasil. A preocupação, segundo ele, é saber por quanto tempo estas taxas se manterão elevadas. No entanto, o estrategista pontua que o “processo de aperto monetário nas grandes economias parece estar chegando ao fim”.
A observação de Cruz se volta também para a inflação. Ele ressaltou que as últimas leituras apontam para uma queda, chegando a 4,3%, representando uma significativa melhora em relação ao ano anterior, quando a taxa de inflação estava acima dos 10%. Em comparação com a inflação americana que tem mostrado tendência de alta, a europeia continua em declínio. “De fato, algo para se comemorar por lá”, concluiu.
Agora, os olhares se voltam para o Federal Reserve nos EUA, aguardando posicionamentos sobre os próximos passos em relação às taxas de juros na maior economia do mundo.