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Bebidas açucaradas podem aumentar o risco de morte por diabetes tipo 2 ou doenças cardiovasculares

Bebidas açucaradas podem aumentar o risco de morte por diabetes tipo 2 ou doenças cardiovasculares / Foto: Freepik
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Estudo americano apontou que mais de 330 mil mortes no ano estão relacionadas ao consumo de açúcar líquido

Bebidas cheias de açúcar – refrigerantes, sucos de caixinha, energéticos, entre outros – podem render um gosto amargo para a saúde. Segundo um estudo publicado recentemente na revista Nature Medicine, seu consumo pode impactar na mortalidade por problemas ligados ao diabetes tipo 2 e doenças vasculares, gerando mais de 330 mil mortes a cada ano no mundo.

Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após unirem dados sobre o consumo desse tipo de bebida em 184 países, com estudos observacionais e randomizados, e a forte incidência de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2, que não param de crescer globalmente.

De acordo com o estudo, 2,2 milhões de novos casos de diabetes tipo 2 estão relacionados à  ingestão  de bebidas com açúcar, representando 9,8% ao redor do mundo, e 1,2 milhão de novos casos de doenças cardiovasculares, o que equivale a uma em cada 30 ocorrências.

Alessandra Rascovski, endocrinologista e diretora clínica da Atma Soma, explica que o açúcar presente nessas bebidas é digerido muito mais rapidamente do que aqueles presentes em alimentos sólidos, incluindo sobremesas. “As bebidas com açúcar têm calorias que não trazem benefícios nutricionais. Além disso, são fontes de carboidratos que são absorvidos mais depressa no sistema digestivo, entrando na corrente sanguínea e causando elevação do açúcar no sangue, podendo causar pico glicêmico”.

A médica reforça que o consumo regular desse tipo de bebida ocasiona diversos problemas a longo prazo, como ganho de peso, resistência à insulina e condições metabólicas relacionadas à diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.

E os adoçantes?

As principais entidades de saúde, como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), recomendam o uso de adoçantes como uma alternativa ao açúcar para populações específicas – como pessoas com diabetes, obesidade ou aquelas que precisam controlar o peso ou reduzir o consumo de açúcares simples.

Segundo a endocrinologista da Atma Soma, o indicado é priorizar alimentos in natura e não processados, em vez de substituir açúcar por adoçantes de baixa caloria em alimentos ultraprocessados. “Pode ser uma alternativa para reduzir calorias em dietas hipocalóricas, mas, isoladamente, não garante perda de peso sustentável a longo prazo”, pontua.

Para pessoas com diabetes, os adoçantes artificiais, quando utilizados com moderação, desempenham um papel importante ao substituir o açúcar na dieta, especialmente para quem tem dificuldade em abandonar bebidas adoçadas. No entanto, Alessandra afirma que é possível reduzir ainda mais essa ingestão ao optar por bebidas naturais. “Chás sem açúcar, água pura ou até mesmo com ervas e fatias de frutas com baixo índice glicêmico, podem ser boas opções de substituição”.

Problema mundial

Doenças vasculares e o diabetes tipo 2 estão entre as maiores causas de morte no mundo. No estudo, os pesquisadores identificaram ainda um aumento no número de óbitos anuais, de 150 mil pessoas por ano – em 2015, o índice de letalidade era de 184 mil.

Sob o ponto de vista regional, a pesquisa observacional apontou que as maiores taxas de morte em decorrência das duas doenças estão na África Subsaariana e na América Latina. Juntando os dados do continente sul-americano com os do Caribe, 24% dos novos casos de diabetes tipo 2 e 11% de doenças cardiovasculares tinham ligação com o consumo de bebidas açucaradas.

Já no Brasil, segundo informações do Ministério da Saúde, ambas as doenças ocupam a liderança de causas de morte no país. Cerca de 30% dos óbitos na região estão ligados a doenças cardíacas. Entre 2010 e 2021, a diabetes tipo 2 ocasionou o falecimento de mais de 750 mil pessoas.

“Esses números refletem uma crise global de saúde que exige mudanças urgentes nos hábitos alimentares e políticas públicas. A conscientização sobre os riscos do consumo de bebidas açucaradas é essencial, mas é igualmente importante promover o acesso a alternativas mais saudáveis e educar a população sobre escolhas alimentares que possam prevenir essas doenças tão prevalentes”, conclui Alessandra Rascovski.

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