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Biodiesel: Estudo corrobora a opinião do setor de transporte de cargas

Pelo segundo mês consecutivo, preço da gasolina se mantém abaixo de R$6, diz Edenred Ticket Log/ Foto: Unsplash
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Desempenho dos caminhões e impacto no meio ambiente são pontos considerados pelas empresas

Em 2023, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu adotar um período de transição para viabilizar o teor de biodiesel no óleo diesel B em 20% até 2030. Atualmente, o combustível possui uma mistura de 14%, com acréscimo de 1% a partir de 1º de março de 2025.

A decisão se baseia na teoria de que quanto maior a porcentagem de biodiesel adicionada ao diesel, menos poluente se torna o combustível e, assim, teríamos um transporte mais sustentável e menos poluente para o setor rodoviário de cargas. Entretanto, um estudo apresentado pela Universidade de Brasília (UnB) revela que o aumento na proporção de biodiesel no diesel comercial pode trazer complicações que afetam diretamente o motor dos veículos, aumentando as emissões de poluentes e diminuindo a eficiência energética.

Segundo Marcel Zorzin, diretor operacional da Zorzin Logística, o impacto do biodiesel no desempenho dos caminhões não será positivo: “Deve ser levado em consideração que nosso biodiesel é um dos piores em termos de qualidade, com uma facilidade enorme de contaminação. Dessa forma, haverá um aumento significativo do consumo de combustível pelos veículos, já que o biodiesel não tem uma queima perfeita. Assim, os custos obrigarão o caminhão a utilizar o diesel”.

O estudo realizado pela UnB foi baseado na operação de um motor com a mistura de 20% de biodiesel (B20). Os resultados mostram que, ao elevar a mistura de 7% para 20%, as emissões específicas de CO2 aumentam consideravelmente, em função da diminuição da potência efetiva do motor.

Com uma mistura nessa porcentagem surgem problemas como a formação de resíduos e a contaminação do óleo lubrificante, exigindo maior atenção para a manutenção das peças do motor. Segundo Marcel: “O biodiesel pode se contaminar facilmente e criar falhas no abastecimento, como a exigência constante de troca de filtros, entupimento das mangueiras e problemas nas unidades injetoras, que precisam ser trocadas porque algum agente contaminante se misturou a ele, causando esses problemas. É fácil encontrar relatos de veículos com problemas mecânicos gerados, normalmente, por filtros entupidos”.

Além da pouca eficiência dos motores dos caminhões, o fator mais preocupante para as empresas envolve o impacto ao meio ambiente. A análise revelou um aumento substancial das emissões de NOx (óxido de nitrogênio), gás extremamente prejudicial à saúde humana e ao meio ambiente, pois provoca infecções respiratórias e pode induzir à ocorrência de chuva ácida.

“Acredito que deveríamos ter um biodiesel verde de boa qualidade antes de alterar as porcentagens de mistura, já que o custo de uma transportadora está atrelado às questões de combustíveis. Imagine aumentar a média de todos os caminhões do Brasil movidos a diesel? Se colocarmos isso em perspectiva, além do aumento de custo, temos o impacto ambiental desse acréscimo, que não vejo ser levado em consideração. É importante ter um olhar clínico nessas situações, pois um filtro sujo pode causar diversas avarias no caminhão, questões que estão diretamente ligadas à segurança viária”, finaliza o executivo.

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