Levantamento ainda aponta projeção de 8,7% de crescimento para o e-commerce na edição deste ano
Com o objetivo de entender as expectativas dos consumidores brasileiros, a Conversion realizou uma pesquisa de intenção de compra para a Black Friday 2023. Entre os destaques do estudo, pela primeira vez, a plataforma chinesa Shein lidera o ranking, conquistando 19% das menções dos entrevistados. A Amazon, anterior líder, caiu para a segunda posição com 18%, enquanto o Mercado Livre encerrou o Top 3, com 16%.
O crescimento meteórico da Shein chama a atenção, especialmente em meio à acirrada concorrência entre as plataformas asiáticas e varejistas nacionais. Segundo Diego Ivo, nesse cenário, a Black Friday pode catalisar aprendizados e inovações para o e-commerce nacional.
“O movimento dos consumidores em direção a e-commerces estrangeiros evidencia a necessidade de adaptação das varejistas nacionais em um ambiente cada vez mais competitivo. À medida que a Black Friday se aproxima, a competição entre plataformas asiáticas e varejistas nacionais promete ser acirrada, o que pode proporcionar não apenas desafios, mas também oportunidades para aprendizados e mudanças relevantes no cenário do comércio eletrônico nacional”, diz.
Adicionando um elemento polêmico ao debate, a Shein, juntamente com outras plataformas asiáticas, já participa do Remessa Conforme, programa recente do governo de conformidade da Receita Federal que isenta o imposto de importação para compras de até US$50. Nesse contexto, marcas brasileiras argumentam que o programa pode prejudicar ainda mais o varejo nacional, contribuindo para a vantagem de preços já desleais das plataformas asiáticas.
Para driblar esse cenário, líderes de mercado como Magazine Luiza e Renner estão criando suas próprias plataformas de venda de mercadorias importadas (o chamado “cross border”) ou investindo ainda mais na compra de produtos do Mercosul.
Confira o ranking completo dos e-commerces mais citados pelos brasileiros para a Black Friday 2023:
Intenção de compra aponta para alta de 9% nesta Black Friday
A pesquisa ainda mostra a intenção de compras dos brasileiros entrevistados para a Black Friday de 2023. À medida que a data comercial se aproxima, as expectativas sugerem um aumento no faturamento em comparação ao ano passado.
Segundo o levantamento, 90,5% dos entrevistados manifestaram a intenção de realizar compras nesta edição do evento varejista. Este número representa um crescimento de 8,7% em relação à parcela de participantes que afirmaram ter efetuado compras na edição de 2022.
“A expectativa é de que as vendas da Black Friday deste ano ultrapassem as do ano passado, considerando a melhora do cenário econômico do país – com juros mais baixos e um aumento tímido do poder de compra. Além disso, o setor de e-commerce mostra-se mais maduro este ano, após absorver lições da pandemia e responder à busca constante por inovação, impulsionada pela acirrada concorrência entre os players do mercado, especialmente diante do boom das plataformas asiáticas”, observa Diego Ivo, CEO da Conversion.
Eletrônicos, eletrodomésticos e celulares lideram as intenções de compra
Entre aqueles que pretendem comprar, a maioria (15,72%) tem a intenção de adquirir eletrônicos ou eletrodomésticos, enquanto 14% estão atentos às promoções de celulares. Outras categorias que estão no radar dos consumidores para esta Black Friday são moda e acessórios (11,4%), calçados (11,32%) e cosméticos (8,5%). Para realizar tais compras, a maioria dos consumidores está disposta a desembolsar entre R$ 1.000,01 e R$ 3.000,00.
A motivação na hora de comprar na Black Friday segue sendo a mesma dos anos anteriores: preços baixos, para 55% dos entrevistados. Outros 13,4% dos respondentes afirmam que a Black Friday é uma data propícia para as compras, independente de qualquer outro motivo. Já para 13% dos consumidores, o 13º salário é um bom incentivo para a realização das compras.
Nesse contexto, o impacto no bolso é o que mais pesa para os consumidores desistirem de comprar na Black Friday. De acordo com a pesquisa da Conversion, para 17% dos respondentes, o preço alto é o principal impeditivo para as compras, enquanto 16% responderam que frete caro é a segunda razão para não comprarem. As avaliações ruins dos produtos também pesam na decisão de compra para 15,9% dos entrevistados.
E-commerces devem ser os canais mais usados
A edição de 2023 da Black Friday veio para mostrar que o comércio online se consolidou de vez no gosto dos consumidores, apesar da retomada do presencial, pós-pandemia da Covid-19. Segundo o levantamento, 40,6% dos consumidores devem optar por comprar em e-commerces e 26% em lojas físicas. Já o percentual dos que prefere aplicativos chega a 25%.
Metodologia
A pesquisa foi realizada entre 16 e 17 de outubro com 400 brasileiros entre 18 e 54 anos conectados à internet. A maior parte dos entrevistados (54,75%) é formada por mulheres. A margem de erro é de 5% e o nível de confiança é de 90%.