14% das empresas de consumo e varejo usam IA generativa hoje; ao mesmo tempo, estudo aponta que Brasil é o mais visado da América Latina para ataques cibernéticos
A Black Friday é uma das datas mais cobiçadas pelo varejo e representa um pico no tráfego de dados pessoais. Esse aumento expressivo torna as transações mais expostas a ataques; panorama que ganha ainda mais complexidade com a crescente adoção da IA generativa.
Embora a tecnologia ofereça ganhos como personalização de ofertas, automação de marketing e antecipação de demandas, também pode ampliar o risco de brechas se não estiver acompanhada de controles robustos.
Como explica José Miguel, gerente de pré-vendas da Unentel, a “IA generativa é uma aliada poderosa para o varejo, mas exige o mesmo cuidado que qualquer outra ferramenta de alto impacto. O desafio está em garantir que o ganho de eficiência não venha às custas da segurança”.
Empresas do setor já buscam integrar soluções de cibersegurança para atuarem em conjunto com a IA generativa, capazes de monitorar fluxos de dados sensíveis e identificar comportamentos suspeitos em tempo real. Essas ferramentas permitem que as equipes de TI antecipem ameaças e ajustem políticas de acesso antes que um incidente ocorra — um avanço importante frente aos modelos tradicionais de defesa, baseados apenas na reação a ataques.
Segundo um estudo da KPMG, 33% das empresas no setor de consumo e varejo já adotam IA de forma parcial ou ampla, mas apenas 14% utilizam IA generativa, com previsão de crescimento para 60% nos próximos três anos. O levantamento também informa que o investimento direcionado à IA e ao digital no setor deverá subir de 9% do orçamento de TI para cerca de 13,8% no mesmo período.
Mesmo entre os que já investem, obstáculos como segurança da informação (58%), falta de habilidades técnicas (56%) e dados inconsistentes (47%) aparecem como barreiras.
Para aproveitar com segurança o potencial da IA generativa durante a Black Friday, José Miguel recomenda as seguintes ações imediatas:
Prevenção antes da detecção: escolha soluções de cibersegurança que foquem em evitar ataques não somente em detectá-los ou reagir depois.
Arquitetura segura: implemente camadas de proteção que limitem o acesso a dados sensíveis, com autenticação multifatorial, gestão de privilégios e revisões periódicas de permissões.
Monitoramento contínuo: adote sistemas que identifiquem comportamentos atípicos e acionem respostas automáticas quando necessário, reduzindo o tempo de detecção e mitigação de incidentes.
Pagamentos blindados: garanta que as transações passem por gateways certificados, utilizem criptografia ponta-a-ponta e sejam avaliadas por soluções antifraude em tempo real.
“Quando a IA generativa é usada com vigilância, estrutura técnica robusta e políticas claras de prevenção, o varejo minimiza riscos e ganha credibilidade junto ao consumidor, um diferencial decisivo em datas de alto volume de vendas e competitividade”, conclui José Miguel.
