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BNDES financia, com recursos do Fundo Clima, usina de biometano em aterro da grande Porto Alegre

Fundo Amazônia recebe doações de Suíça e EUA/ Foto: Divulgação
Fundo Amazônia recebe doações de Suíça e EUA/ Foto: Divulgação

Operação de R$ 99,8 milhões com o Grupo Solví e a Arpoador Energia foi contratada nesta segunda, 2, em cerimônia na sede do Banco no Rio

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contratou financiamento no valor de R$ 99,8 milhões para a implantação de uma usina de produção de biometano no aterro sanitário Minas do Leão, localizado na cidade homônima, a 80 quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Atualmente, o aterro recebe resíduos sólidos de 123 municípios, incluindo a região metropolitana da capital. A estimativa é de que a unidade tenha capacidade de produzir até 66 mil m3/dia de biometano, combustível sustentável semelhante ao gás natural. A expectativa é de que o projeto evite, anualmente, emissões de gases de efeito estufa de aproximadamente 50.000 tCO2e (50 mil toneladas de CO2 equivalentes).

Esse é o primeiro financiamento do BNDES com recursos do Fundo Clima para produção de biometano a partir de resíduos sólidos urbanos. Estruturada como Project Finance, a iniciativa terá R$ 56,5 milhões do Programa Fundo Clima, complementados por R$ 43,2 milhões do BNDES Finem.

A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco, Luciana Costa, considera que “a operação é um marco para o BNDES, pois usa os recursos do Fundo Clima para um projeto que conjuga transição energética com o aprimoramento da destinação dos resíduos sólidos urbanos”.

A planta tem inauguração prevista para o segundo semestre de 2024, e o gás gerado será adquirido pelo Grupo Ultra, segundo contratos de compra já firmados. Os clientes finais serão, em sua maioria, empresas do setor industrial, que receberão o combustível na forma de gás natural comprimido, via modal rodoviário.

O apoio do BNDES corresponde a cerca de 80% do investimento total de R$ 125,3 milhões que será realizado pela Biometano Sul S.A., sociedade de propósito específico criada para a produção de biometano no local, com controle do Grupo Solví e da consultoria Arpoador Energia.

O aterro

O Aterro Minas do Leão é operado pela CRVR Riograndense Valorização de Resíduos S.A, pertencente ao Grupo Solví. De toda a região atendida, oito municípios representaram 75% do total de resíduos recebidos em 2022, sendo eles: Porto Alegre, Canoas, Gravataí, Novo Hamburgo, Viamão, Alvorada, Bento Gonçalves e Santa Cruz do Sul.

O biometano

A produção ocorrerá em planta de purificação, que recebe o biogás gerado pela decomposição da matéria orgânica do aterro sanitário por micro-organismos, para conversão em biometano.

A tecnologia que será utilizada na planta da Biometano Sul, conhecida como Water Wash, separa o CO2 dos demais gases presentes e concentra o metano em aproximadamente 96% de sua composição, para atender às especificações do órgão regulador, a Agência Nacional do Petróleo.

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