O mercado financeiro elevou a projeção de crescimento da economia brasileira em 2022 de 2,81% para 3,05%, conforme Boletim Focus divulgado nesta semana pelo Banco Central (BC). Para o ano que vem, também houve avanço: de 0,70% para 0,75%. A expectativa para a taxa básica de juros (Selic) permaneceu em 13,75% para este ano. E para 2023 subiu de 11,50% para 11,75%.
No terceiro trimestre de 2022, conforme divulgado pelo IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) variou 0,4%. Frente ao mesmo trimestre de 2021, o PIB cresceu 3,6%. No acumulado nos quatro últimos trimestres, terminados em setembro de 2022, o crescimento foi de 3%. “Isso demonstra que as medidas tomadas pela equipe econômica foram acertadas. Acho que estamos no rumo certo e vamos esperar o desempenho do próximo governo. Até agora o mercado parece que está de mau humor com a equipe formada para o próximo governo. Vamos aguardar”, diz o deputado federal Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).
Na avaliação do economista Hugo Garbe, o fim dos impactos da pandemia terá resultados diretos na economia brasileira. “A previsão para 2023 em termos de PIB é um pequeno incremento em relação a 2022 porque neste ano ainda tivemos resquícios de efeitos da pandemia.Em 2023, vamos pegar os 12 meses com economia 100% aberta e pujante. O impacto da pandemia já não existe mais e isso deve influenciar positivamente no resultado do PIB”, pontua.
Garbe opina ainda que o arrefecimento do impacto da guerra da Ucrânia na economia mundial também tem reflexo no cenário brasileiro. Para a continuidade da retomada nacional, todavia, o economista chama atenção para a PEC da Transição apresentada pelo governo eleito ao parlamento. “Tudo isso vai depender dessa PEC do fura-teto, dos 200 bilhões de reais que o governo pediu fora do orçamento para gastos sociais. Se isso for aprovado na integralidade, pode afetar a economia brasileira e o resultado do PIB”, conclui.
O economista Renan Pieri discorda e avalia que o panorama internacional impactará negativamente o Brasil. “Para 2023, a expectativa é de crescimento menor por conta da piora do cenário internacional. Há expectativa de recessão na Europa, redução do crescimento econômico dos Estados Unidos. Ainda estamos com crescimento dos preços mais alto do que a média histórica mundial. Esse cenário de juros mais altos e crescimento menor gera expectativa de crescimento menor”, diz.
Em relação à dívida pública projetada pelo mercado financeiro, as projeções do mercado financeiro continuaram a apresentar piora para os próximos anos. Para 2022, a estimativa se manteve em 57,7% no novo Boletim Focus. Mas, para 2023, cresceu de 61% do PIB para 61,50%.