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Brasil registra mais de 70 mil casos anuais de câncer de próstata

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Photo by Lucas Santos on Unsplash

No Novembro Azul, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) alerta para a necessidade do diagnóstico precoce do câncer de próstata

O câncer de próstata continua um dos maiores desafios da saúde masculina no Brasil e no mundo. Segundo o Globocan, da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC/OMS), mais de 1,4 milhão de novos casos são diagnosticados anualmente no planeta, resultando em cerca de 397 mil mortes por ano. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 71.730 novos diagnósticos anuais. A doença responde por três em cada dez diagnósticos de câncer em homens, consolidando-se como, excluindo o câncer de pele não melanoma, o tumor mais frequente entre a população masculina. 

As estimativas revelam desigualdades regionais expressivas. O Sudeste concentra mais de 34 mil casos anuais, seguido pelo Nordeste, com cerca de 21 mil. O Sul deve registrar 8,5 mil, o Centro-Oeste aproximadamente 5 mil, e o Norte mais de 2 mil novos diagnósticos a cada ano. Estados como Bahia (79 casos a cada 100 mil homens) e Espírito Santo (72 por 100 mil) apresentam as maiores taxas de incidência, o que reflete não apenas fatores populacionais e genéticos, mas também diferenças na capacidade de rastreamento e diagnóstico.

A urgência do rastreamento precoce

Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, a grande barreira ainda é o diagnóstico tardio. O câncer de próstata tende a evoluir de forma silenciosa. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Rodrigo Nascimento Pinheiro, o rastreamento a partir dos 45 anos é essencial, especialmente em homens com fatores de risco, como histórico familiar e ascendência negra. “O diagnóstico precoce possibilita o tratamento curativo, muitas vezes com técnicas minimamente invasivas e melhores resultados funcionais, como a cirurgia robótica incorporada recentemente no SUS.”, explica Pinheiro.

A recomendação é que todos os homens realizem dosagem do PSA (antígeno prostático específico) e o exame de toque retal anualmente a partir dessa idade. Em casos de risco elevado, o acompanhamento deve começar antes dos 45 anos. O diagnóstico precoce não apenas aumenta as chances de cura, mas também reduz a necessidade de terapias mais agressivas, o que impacta diretamente na qualidade de vida e nos custos para o sistema de saúde.

De acordo com dados internacionais do National Cancer Institute (EUA), 69% dos casos são detectados ainda localizados, o que garante 100% de sobrevida em cinco anos. Quando o tumor já apresenta metástase, esse índice cai para 37,9%, uma diferença que ilustra a importância do diagnóstico precoce. 

Fatores de risco e hábitos preventivos

O envelhecimento é o principal fator de risco para o câncer de próstata, sendo a doença mais comum após os 50 anos. Outros fatores incluem histórico familiar, raça negra, sedentarismo e obesidade, esta última associada a maior agressividade tumoral e risco de recidiva. “Além das visitas regulares ao especialista e exames para prevenção secundária (diagnóstico precoce), há atitudes que fazem diferença para a saúde como um todo, que são de prevenção primária, como manter uma alimentação equilibrada, reduzir consumo de álcool, praticar atividade física regularmente e evitar o tabagismo”, ressalta o presidente da SBCO. 

Tratamentos e a importância do planejamento multidisciplinar

O tratamento do câncer de próstata é definido conforme o estágio e a agressividade da doença, bem como o perfil do paciente. Nos casos iniciais, pode-se adotar a vigilância ativa, que consiste em monitorar o tumor sem intervenção imediata, sendo indicada principalmente para neoplasias de baixo risco.

Nos tumores localizados, o tratamento curativo envolve cirurgia e/ou radioterapia, enquanto nos casos localmente avançados recomenda-se a combinação de cirurgia ou radioterapia com bloqueio hormonal. Já nas situações de metástase, o tratamento mais indicado é a terapia hormonal, podendo ser associada a quimioterapia ou novos agentes antiandrogênicos.

“O cirurgião oncológico, junto à equipe multidisciplinar, deve individualizar o plano terapêutico, considerando as características do tumor, o estágio da doença e as condições clínicas do paciente”, explica Pinheiro, reforçando o papel da integração entre especialidades para garantir melhores resultados e menor morbidade

Cirurgia robótica no SUS para pacientes com câncer de próstata

Entre os avanços mais significativos de 2025 está a incorporação, em outubro, da cirurgia robótica pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A CONITEC aprovou o uso da prostatectomia radical robótica (PRAR) para pacientes com câncer de próstata localizado ou localmente avançado, marcando um novo patamar de acesso à tecnologia oncológica no Brasil.

“A chegada da cirurgia robótica ao SUS representa um marco na história da cirurgia oncológica brasileira. Estamos falando de uma tecnologia que oferece resultados mais efetivos aos pacientes e que agora estará disponível a todos. Este cenário reforça a importância de políticas públicas voltadas à prevenção, diagnóstico precoce e, principalmente, à ampliação do acesso a tratamentos de ponta”, afirma Pinheiro.

A prostatectomia robótica é considerada mais precisa e menos invasiva do que as técnicas laparoscópicas ou abertas. Estudos internacionais demonstram menor taxa de complicações perioperatórias, redução do tempo de internação, melhor preservação da função urinária e sexual, além de maior custo-efetividade quando realizada em centros de alto volume.

Além do benefício clínico, a adoção dessa tecnologia representa um salto na formação cirúrgica nacional. “A incorporação da robótica no SUS cria um ambiente de aprendizado supervisionado e reduz a curva de treinamento, contribuindo para a formação de cirurgiões altamente qualificados”, conclui o presidente da SBCO.

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