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Brasil tem densidade de médicos similar à do Japão, Estados Unidos e Canadá

Júlia De Castilho Lázaro, fundadora da MitFokus / Foto: Divulgação
Júlia De Castilho Lázaro, fundadora da MitFokus / Foto: Divulgação

Entretanto, a falta de profissionais em lugares mais afastados dos centros urbanos representa um problema de políticas públicas no país

Em duas décadas, o Brasil mais que dobrou a densidade de médicos no país. O quadro é consequência da abertura de novas vagas de graduação, entrada de médicos estrangeiros, prolongamento do tempo de atividade e adiamento da aposentadoria. É o que revela a “Demografia Médica 2023”.

Essa expansão impactou a densidade de médicos no país, além disso, permite comparar a realidade brasileira com a de países desenvolvidos. Conforme o relatório, no início dos anos 2000 existiam 1,29 médicos por mil habitantes. Atualmente, a proporção é de 2,6 profissionais, similar à do Japão (2,6) e próxima à dos Estados Unidos (2,64) e Canadá (2,77).

“Um dos motivos para esse aumento de proporção é decorrente do número elevado de escolas médicas no país. Porém, isso não significa que os médicos estão bem distribuídos pelas regiões. Pelo contrário, o cenário é de concentração latente de médicos nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, sendo em menor número nas regiões Norte e Nordeste do país”, diz Júlia De Castilho Lázaro, fundadora da MitFokus, empresa especializada em gestão financeira para empresas da área de saúde.

A abertura de novos cursos de formação para médicos possibilitou ao Brasil registrar uma taxa de 11,75 médicos graduados para cada 100 mil habitantes em 2021, um patamar próximo ao da Finlândia (12,19), Suíça (12,91) e Alemanha (12,03).

Com relação à faixa etária, o estudo também mostra que a média de idade dos médicos no país vem declinando nos últimos anos. Em 2022, apenas 28% deles tinham mais de 55 anos. “A contínua inserção de jovens médicos no mercado de trabalho dependerá da manutenção da política de cursos de medicina no país de qualidade e que estejam em consonância com o momento atual. Por exemplo, é necessário que as universidades utilizem ferramentas digitais e que os jovens invistam em soft skills, ou seja, é muito importante que , além do conhecimento técnico, os profissionais tenham uma boa comunicação e saibam trabalhar em equipe”, reforça Júlia.

Em contrapartida, Itália e Estados Unidos têm mais da metade dos profissionais acima de 55 anos. Esse indicador é importante porque permite mostrar se o número de médicos em formação será suficiente para substituir o contingente que se afasta do mercado de trabalho, devido à aposentadoria, óbito ou por outro motivo.

“Essa evolução dependerá da manutenção da política de abertura de cursos e vagas de medicina, o que implicará em maior ou menor entrada de médicos jovens”, reflete a especialista.

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