Pessoas de menor renda, de até dois salários-mínimos, puxaram o índice; apenas Goiás teve queda na procura por recursos
O Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito da Serasa Experian, primeira e maior datatech do país, indica que a procura dos brasileiros por recursos financeiros segue em alta: o mês de junho de 2025 registrou crescimento de 8,9%, com relação ao ano anterior. Dois grupos se destacam neste mês – aqueles com renda de até um salário mínimo, com alta de 12,3%, e com renda entre um e dois salários (14,0%). Confira o gráfico, que reúne as informações dos últimos 12 meses e, na tabela em seguida, a visão por renda:
“Apesar da recente desaceleração nos preços dos alimentos, o alívio no orçamento das famílias de menor renda ainda é limitado. Itens essenciais como energia elétrica e água continuam pressionando o custo de vida, o que ajuda a explicar por que a demanda por crédito segue elevada. Além disso, a procura por crédito pode refletir tanto a necessidade de complementar a renda mensal quanto o esforço de renegociação de dívidas, em um contexto em que 77,9 milhões de brasileiros estão inadimplentes — o maior número já registrado no país.” explica a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack. A especialista reforça ainda que a alta entre aqueles com mais de 10 salários mínimos sugere que o crédito tem sido utilizado não apenas como ferramenta de alívio orçamentário, mas também como instrumento de reorganização financeira e até de antecipação de consumo, mesmo entre os domicílios com maior poder aquisitivo.”
Visão por UFs: apenas Goiás teve queda na demanda por crédito
Praticamente todo o país demandou por recursos financeiros em junho, segundo o indicador da datatech. Apenas Goiás apresentou queda, de 3,2%. O Amazonas se destacou, com alta de 18,5%, assim como o Alagoas (18%) e Tocantins (17,3%). Veja abaixo:
Metodologia do indicador
O Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito é construído a partir de uma amostra significativa de CPFs, consultados mensalmente na base de dados da Serasa Experian. A quantidade de CPFs consultados, especificamente nas transações que configuram alguma relação creditícia entre os consumidores e instituições do sistema financeiro ou empresas não financeiras, é transformada em número índice (média de 2024 = 100). O indicador é segmentado por UF e por classe de rendimento mensal.