O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou a abertura de 147,4 mil postos de trabalho formais em agosto, acima das 134,3 mil vagas criadas em julho. Apesar do aumento absoluto, a leitura ajustada pelo padrão sazonal revela sinais de perda de fôlego no mercado de trabalho.
De acordo com Flávio Serrano, economista-chefe do Banco Bmg, os cálculos apontam que a geração de empregos passou de 115 mil em julho para cerca de 55 mil em agosto, considerando o comportamento histórico da série. “O dado confirma que o processo de desaceleração da atividade econômica em curso começa a mostrar seus primeiros sinais sobre o mercado de trabalho”, destacou.
Ainda assim, Serrano avalia que a taxa de desemprego deve se manter em patamares historicamente baixos no curto prazo, refletindo a baixa ociosidade do setor produtivo. “Apesar de uma melhora marginal observada no mês passado, o mercado de trabalho continua relativamente apertado”, completou.
Para a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), a ser divulgada nesta semana, a projeção do Banco Bmg é de desocupação em 5,6% da população economicamente ativa, reforçando a expectativa de estabilidade, ainda que dentro de um cenário de crescimento mais moderado.