Com o aumento do estresse e da sobrecarga no fim do ano, empresas que adotam práticas de acolhimento e valorização se destacam em engajamento e retenção
Todo fim de ano vem acompanhado de cansaço acumulado e demandas intensas, geralmente com jornadas mais longas e expectativas elevadas, sobretudo nos setores de comércio e prestação de serviços, sendo mais comuns situações, como irritabilidade, insônia, desânimo e baixa produtividade. Também é o período de fazer o planejamento do ano seguinte nas empresas, que precisam pensar no cuidado da saúde mental dos funcionários como uma necessidade – não um luxo. Os números justificam: segundo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em SET/2025, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo enfrentam transtornos mentais, especialmente ansiedade e depressão.
Para manter a balança equilibrada e chegar ao fim do ano com o time cheio de gás, é preciso que os empregadores implementem práticas de acolhimento e programas de valorização contínuos, indo além do cumprimento de conformidades. Ou seja, devem encarar essas ações como estratégia de futuro, investimento em engajamento, produtividade e retenção, como nos dois cases de sucesso a seguir.
Do cuidado à felicidade corporativa
A saúde mental deve ser vista como apenas mais uma das dimensões de um movimento mais amplo que vem ganhando força no mundo do trabalho: o de promover bem-estar integral e propósito. Inspiradas no conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) – filosofia nascida no Butão (país da Ásia) que mede o progresso a partir da qualidade de vida e não apenas de resultados econômicos –, muitas empresas estão incorporando práticas que unem saúde, propósito e engajamento como estratégia de negócio.
Um exemplo é a Quanta Previdência, terceira maior entidade fechada de previdência complementar do país em número de participantes, com sede em Santa Catarina. A instituição acompanha semanalmente o clima interno, avaliando dimensões como benefícios, crescimento, bem-estar e conexão com lideranças. Os resultados geram indicadores mensais de felicidade e engajamento, que orientam ações contínuas de melhoria. Essa cultura já rendeu reconhecimentos importantes, como o Selo Ouro de Engajamento da Abrapp e o Prêmio Líderes ESG do LIDE SC, na categoria Empresa Saudável.
Segundo Mayara Santos, head de Gente, Cultura & Educação da Quanta, “a escuta ativa não é discurso: é prática. Nosso compromisso sempre foi além dos números; queremos criar impacto, transformar vidas e fazer a diferença”, o que mostra que felicidade e produtividade podem caminhar juntas, e que investir em bem-estar é, antes de tudo, um investimento em sustentabilidade humana e organizacional.
Essa filosofia se reflete também nas histórias dos colaboradores. Ithaara Sagaz, que atua há 13 anos na empresa, afirma que o propósito genuíno e o cuidado com as pessoas são o que mantém sua motivação. “Aqui me sinto em casa, posso contribuir, evoluir e brilhar”, resume. Ela destaca ações que fortalecem a cultura da felicidade, como o incentivo à formação, benefícios que alcançam as famílias e gestos simbólicos de valorização.
Rotina de valorização pessoal e pertencimento
Trabalhando com acolhimento, reconhecimento e pertencimento de forma diária, a Únilos – cooperativa financeira Ailos com atuação na Grande Florianópolis (SC) – encontrou sua fórmula de sucesso. Além de ofertar mais de 15 benefícios que fortalecem o bem-estar e a qualidade de vida dos colaboradores, indo do plano de saúde ao seguro de vida e à previdência privada, oferece também uma rotina de pequenos mimos de forma permanente, incluindo frutas frescas, bolachas, cafés e chás de qualidade, criando momentos de pausa e conexão entre os colaboradores. Ainda, com o programa Relaciona+, reconhece resultados e iniciativas, enquanto a Agência Única promove integração e fortalece a conexão e o engajamento de cada colaborador.
São múltiplas ações cotidianas que, juntas, alçaram a Únilos a referência nacional em saúde mental no ambiente de trabalho. Em 2025, a cooperativa recebeu seu 7º selo Great Place to Work (GPTW) consecutivo e, pelo 2º ano seguido, o Troféu Destaque Saúde Mental, destacando-se também com a conquista do troféu de TOP 8 Brasil no Ranking Melhores Empresas Para Trabalhar categoria Cooperativas de Crédito Pequeno Porte. Além disso, conta com o selo ONU Mulheres, que reconhece nossas iniciativas em diversidade e equidade de gênero.
Adriana Thomé, coordenadora de Gestão de Pessoas da Únilos, salienta que cada uma dessas ações reforça o compromisso em integrar o cuidado humano à estratégia da cooperativa. “Buscamos criar um ambiente onde todos se sintam respeitados, valorizados e pertencentes”, salienta. “Cada ação, cada programa, cada cuidado oferecido tem um único objetivo: que a nossa cultura seja forte o suficiente, para alcançarmos resultados exponenciais, colocando as pessoas no centro, pois são elas que fazem acontecer. Acreditamos que um ambiente saudável gera muito engajamento e todos ganham: cooperado, cooperativa e colaboradores”, completa Adriana.
Há 6 anos na Únilos, Walesca Pottmaier Martins Martendal confirma que a valorização das pessoas e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional são marcas da cultura da cooperativa. Ela foi contratada em 2019, quando tinha um bebê de 10 meses. “É raro uma mãe com filho tão pequeno ser contratada, mas aqui ganhei esse voto de confiança e recebi o apoio necessário, trabalhando de forma híbrida”, lembra. Outro momento marcante foi uma promoção: “Foi uma surpresa dupla, fui promovida e quem deu a notícia foi minha família, que foi convidada pela empresa para participar do anúncio. Foi emocionante”.
