O setor de capitalização vive um momento de otimismo e transformação. Esse foi o tom do webinar “Capitalização em alta: um olhar estratégico para o presente e o futuro do setor”, promovido pela i4pro, que reuniu especialistas e executivos para discutir o crescimento da capitalização no Brasil, os desafios regulatórios e o papel da tecnologia como motor de inovação.
A abertura do evento foi conduzida por Daiana Camargo, da área de comunicação da i4pro, que destacou a relevância de reunir profissionais de todo o país para debater o futuro do setor. Em seguida, Alieksiei Martins, diretor de vendas e clientes da companhia, reforçou o compromisso da i4pro em ser o principal parceiro tecnológico do mercado segurador. “Estamos há mais de 20 anos no mercado e somos a única empresa do Brasil capaz de oferecer soluções homologadas pela Susep em todos os ramos. Na capitalização, investimos nos últimos dois anos em melhorias que ampliam a conectividade e a agilidade dos produtos”, ressaltou Martins.
Alieksiei Martins destacou ainda que a companhia atua em todas as modalidades do segmento e vê um grande potencial de crescimento impulsionado por mudanças regulatórias e novos usos dos títulos de capitalização.
Panorama do setor: o olhar da Fenacap
O convidado especial do encontro foi Natanael Castro, diretor da Federação Nacional de Capitalização (Fenacap) e um dos maiores especialistas em capitalização no Brasil. Em sua apresentação, ele ofereceu um panorama completo do mercado, que hoje movimenta R$ 32 bilhões anuais, com reservas de R$ 41 bilhões, entregando em 2023 cerca de R$ 24 bilhões em resgates e quase R$ 2 bilhões em sorteios.
Segundo Castro, o setor conta atualmente com 17 companhias, mas poderia reunir até 149 seguradoras com potencial de entrada. Para ele, a capitalização tem flexibilidade e versatilidade para atender a todos os perfis da sociedade, seja pessoa física ou jurídica.
Entre as conquistas recentes, destacou a inclusão da capitalização como instrumento na nova Lei de Licitações, bem como a possibilidade de utilização para mitigação de risco de crédito no sistema financeiro. “São movimentos que podem colocar o setor em outro patamar nos próximos anos”, afirmou.
Castro também chamou atenção para a necessidade de modernização em modalidades como compra programada e popular, além de avanços regulatórios em áreas como filantropia premiável e incentivo, que ainda enfrentam assimetrias em relação a promoções via Ministério da Fazenda. “Acreditamos que o mercado pode triplicar de tamanho e chegar a R$ 91 bilhões em faturamento em quatro anos, desde que as condições regulatórias e estruturais avancem. Não é uma projeção, mas um potencial real de crescimento”, frisou.
Tecnologia como aliada
Na sequência, Henrique Aken, coordenador de sistemas da i4pro, apresentou as soluções tecnológicas desenvolvidas pela companhia para o setor de capitalização.
O módulo de capitalização da i4pro movimenta atualmente mais de R$ 2 bilhões em reservas e concentra mais de 40% do market share da modalidade instrumento de garantia. Entre seus diferenciais, estão a flexibilidade na parametrização de produtos, a integração com sistemas contábeis e financeiros, o cumprimento automático de obrigações legais e regulatórias, e o suporte a todas as modalidades, como garantia, tradicional, incentivo e filantropia.
Aken também ressaltou a importância das APIs desenvolvidas pela empresa para autoatendimento, permitindo que clientes consultem saldos, resgates, sorteios e documentos de forma rápida e segura. “Nosso objetivo é simplificar a operação das sociedades de capitalização, garantindo conformidade regulatória e flexibilidade para o lançamento de novos produtos. A tecnologia é o caminho para viabilizar inovação e escala”, explicou.
Entraves e oportunidades
Durante a sessão de perguntas e respostas, os participantes apontaram os principais desafios para a inovação no setor. Entre eles, o peso da regulação e a necessidade de uso mais avançado de tecnologia e inteligência artificial.
Natanael Castro enfatizou que a inovação passa por debate constante com reguladores e clientes e pela capacidade das sociedades de capitalização de atuar como consultoras, criando soluções personalizadas. “A modalidade incentivo, por exemplo, permite desenvolver mecânicas totalmente novas para campanhas promocionais. O limite é a criatividade”, finalizou.