Capacidade de se colocar no lugar do outro, segundo os entrevistados pela Conquer, tornaria os colaboradores mais cativantes, abrindo portas no mercado corporativo
Que perfis carismáticos se destacam no mercado corporativo não é novidade para ninguém. Mas, afinal, seria possível desenvolver o próprio carisma, criando conexões que facilitam o dia a dia de trabalho? Os brasileiros acreditam que sim — e revelam os dois maiores segredos: ouvir mais e praticar a empatia (69%) e ter atenção à postura corporal (55%), as estratégias mais adotadas pelos entrevistados em um novo estudo sobre o tema.
Os dados fazem parte de um levantamento da escola de negócios Conquer, que, em celebração a um curso gratuito sobre o assunto, procurou entender como líderes e liderados avaliam o papel do carisma dentro das organizações, das vantagens individuais aos benefícios para as equipes no dia a dia.
Para a maioria dos envolvidos na pesquisa, aliás, seriam muitas os destaques dos profissionais carismáticos dentro (e fora) das organizações: mais oportunidades de emprego (43%), melhor reconhecimento por parte dos colegas e líderes (52%) e, ainda, uma capacidade extra na hora de lidar com conflitos (40%), o que tornaria a competência essencial para cargos de liderança. Leia mais!
Principais conclusões:
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Para 56% das pessoas, o carisma seria algo inato, mas possível de ser lapidado;
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Na opinião dos respondentes, os carismáticos teriam mais oportunidades de emprego ou promoções;
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77% dos brasileiros se avaliam enquanto pessoas carismáticas no trabalho;
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Por outro lado, 50% dos profissionais sentem que falta carisma em suas lideranças.
O que define uma pessoa carismática… e por que isso importa no trabalho?
Mesmo sendo comumente associado à simpatia ou extroversão — atributos que uniriam celebridades como Neymar, Celso Portiolli, Taís Araújo e Ivete Sangalo, eleitas as mais carismáticas para os entrevistados —, o estudo da Conquer descobriu que, entre os brasileiros, falar de carisma no trabalho é ir muito além disso.
Segundo os entrevistados, o termo está, antes de tudo, ligado a saber cativar e envolver as pessoas (66%), se comunicando com naturalidade e confiança (66%). Demonstrar empatia e praticar a escuta ativa também aparecem como seus pilares, citados por 62% dos entrevistados.
Mas afinal, ser alguém carismático é um privilégio de poucos ou algo que pode ser desenvolvido? A pesquisa mostra que a maioria acredita no equilíbrio entre talento e prática: 55,6% veem o carisma como predominantemente inato, mas possível de ser lapidado ao longo da vida. Já 29,6% defendem que a pessoa simplesmente nasce com ele, enquanto apenas 14,8% acreditam que qualquer um pode aprender a ser carismático com treino e dedicação.
“É bastante comum ouvirmos que determinadas pessoas são carismáticas por natureza, como se o carisma fosse um traço de personalidade restrito a certos indivíduos”, comenta Juliana Alencar, Diretora de Marketing da Conquer. “Buscaremos desmistificar essa ideia ao longo do novo curso, mostrando que, enquanto uma competência, todo profissional é capaz de aprimorá-lo com técnica, observação e prática”.
Quando olham para si mesmos, vale dizer que 77% dos profissionais se enxergam como carismáticos ou muito carismáticos no ambiente de trabalho — percepção que, segundo o estudo, não é mero detalhe. Para os respondentes, perfis capazes de inspirar e engajar têm mais chances de conseguir emprego ou promoções (43%), são mais lembrados por colegas e líderes (52%) e conseguem se comunicar melhor em reuniões (51%).
Além disso, o carisma parece ter um papel relevante na resolução de conflitos: 4 em cada 10 entrevistados afirmam que pessoas carismáticas encontram soluções mais rapidamente e com menos atrito. No dia a dia corporativo, essa habilidade pode se traduzir em equipes mais alinhadas, relacionamentos mais saudáveis e, consequentemente, resultados mais consistentes.

Formas de desenvolver o carisma no trabalho
Embora muitos ainda acreditem que o carisma seja algo inato, a pesquisa da Conquer revela não só que alguns profissionais enxergam essa característica como uma habilidade, mas que de fato tentam cultivá-la diariamente no ambiente corporativo.
Entre as estratégias mais adotadas, focar em ouvir mais e praticar a empatia lidera com 69% das respostas, mostrando como a conexão genuína com colegas é valorizada para conquistar e manter o carisma. Além disso, 55% dos profissionais apontam a atenção à linguagem corporal e ao tom de voz como um diferencial importante para causar boa impressão e transmitir confiança.
Buscar feedback direto de colegas e gestores é outra prática valorizada (46%), enquanto 41% investem em treinamentos, cursos ou workshops para aprimorar suas habilidades sociais. Por sua vez, observar e imitar pessoas consideradas carismáticas aparece como estratégia para 30%, mostrando que o aprendizado por exemplo também faz parte da jornada.
Muito além da simpatia: como líderes carismáticos impactam o time?
Para 36% dos profissionais ouvidos pela Conquer, o carisma é uma competência essencial para quem ocupa cargos de liderança. No entanto, a avaliação sobre seus líderes atuais é menos animadora: somando os que consideram seus gestores pouco carismáticos (11%), nada carismáticos (8%) e até mesmo neutros (29%), a maioria dos entrevistados apontam que seus superiores falham quando o assunto é engajar e motivar equipes.

Apesar dessa lacuna, o impacto positivo de líderes carismáticos é amplamente reconhecido pelos respondentes. 7 em cada 10, por exemplo, afirmam que eles tornam o ambiente mais leve e acolhedor, enquanto 57% se sentem mais confortáveis para opinar e sugerir ideias com esse tipo de liderança. A motivação e o entusiasmo nas entregas também ganham fôlego (mencionados por 50%), assim como o tratamento mais empático e respeitoso dos conflitos (51%).
Além disso, a presença de um líder carismático pode trazer mais alinhamento e clareza sobre os objetivos do time (37%) e aumentar a frequência do reconhecimento pelo bom trabalho (34%) — o que, por sua vez, geraria efeitos a longo prazo na cultura organizacional e comunicação entre equipes.
Metodologia
Para compreender como os brasileiros compreendem o papel do carisma no trabalho, nas últimas semanas, foram entrevistados 500 adultos (maiores de 18 anos) residentes em todas as regiões e conectados à internet. O índice de confiabilidade foi de 95%, e a margem de erro foi de 3,3 pontos percentuais.
Ao todo, os respondentes tiveram acesso a 8 questões, que exploraram os diversos conceitos de carisma, sua importância entre as lideranças e o impacto no dia a dia de trabalho. A organização das respostas possibilitou a criação de diferentes rankings, nos quais você confere o percentual de cada alternativa apontada pelos entrevistados.