Casos de diabetes nas Américas do Sul e Central devem crescer 45% até 2050, com interferências do clima no controle da doença

Foto: Pexels
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No Dia Mundial do Diabetes, especialista reforça que calor e frio extremos influenciam diretamente o metabolismo e podem agravar oscilações de glicemia

No dia 14 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Diabetes, data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) para conscientizar sobre a prevenção e o controle da doença, que já atinge 588,7 milhões de pessoas no mundo. Segundo o novo Atlas de Diabetes da IDF (2025), a projeção é que esse número chegue a 852,5 milhões em 2050, um aumento de 45%.

O crescimento é global, mas algumas regiões apresentam expansão alarmante: na África, o número de casos deve mais que dobrar até 2050, com aumento de 142%; no Oriente Médio e Norte da África, o avanço será de 92%, e no Sudeste Asiático, de 73%. Mesmo na América do Sul e Central, onde o ritmo é menor, o crescimento previsto é de 45%, passando de 35,4 milhões para 51,5 milhões de pessoas vivendo com diabetes.

Além de fatores genéticos, alimentação e estilo de vida, as condições climáticas também desempenham um papel importante no controle da glicemia, especialmente em um planeta que enfrenta variações cada vez mais intensas de temperatura.

Durante o frio intenso, o corpo gasta mais energia para manter a temperatura interna, o que pode aumentar a resistência à insulina e elevar os níveis de glicose no sangue. O frio também causa vasoconstrição, dificultando a absorção da insulina aplicada, especialmente em pessoas com diabetes tipo 1.

Dias frios tendem a ser mais desafiadores para quem tem diabetes. O metabolismo muda, há menos exposição ao sol, o que reduz os níveis de vitamina D e muitas vezes a rotina de exercícios é interrompida. Tudo isso contribui para as oscilações da glicemia”, explica Andrezza Baretto, enfermeira da Vuelo Pharma, empresa especializada em produtos para o cuidado da pele e regeneração de feridas diabéticas.

Já no calor extremo, o risco é inverso: o aumento da temperatura acelera a absorção da insulina, o que pode provocar quedas bruscas da glicemia (hipoglicemia). Além disso, o calor e a transpiração intensa favorecem a desidratação, que concentra o açúcar no sangue e dificulta o controle. A conservação de medicamentos e equipamentos de monitoramento também se torna um desafio.

Durante o verão, é essencial reforçar a hidratação, evitar longos períodos de jejum e manter os medicamentos em locais frescos. Monitorar a glicemia com mais frequência é uma das principais estratégias para evitar crises”, orienta a enfermeira.

A especialista reforça que adaptar o autocuidado às condições climáticas é determinante para a estabilidade glicêmica e para a prevenção de complicações, como feridas nos pés e descompensações metabólicas. “O acompanhamento multiprofissional, o uso correto da insulina e a atenção contínua aos sinais do corpo são pilares para o manejo seguro da doença, independentemente da estação do ano”.

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