Pesquisa global revela vulnerabilidades ocultas entre usuários de remessas financeiras internacionais, especialmente trabalhadores da economia Gig
A Chubb anunciou hoje os resultados de estudo global com 3.500 remetentes internacionais de remessas financeiras, apresentado no relatório inédito “The Remittance Trust Trap: Revealing Hidden Vulnerabilities” (“A Armadilha da Confiança nas Remessas: Revelando Vulnerabilidades Ocultas”). A pesquisa revela riscos críticos e muitas vezes negligenciados enfrentados por quem envia dinheiro para o exterior, com destaque para trabalhadores da crescente economia gig.
As remessas são o principal e, em muitos casos, canal financeiro de sustentação para milhões de famílias. Não se trata apenas de transações monetárias, mas de verdadeiros elos de sobrevivência, que garantem acesso a alimentação, saúde, educação e segurança financeira. Sem esses recursos, muitas famílias têm dificuldade para arcar até mesmo com necessidades básicas como moradia, roupas e alimentação. Além do impacto direto nos lares, as remessas também movimentam economias locais, ampliando o poder de consumo e fomentando o desenvolvimento comunitário.
O estudo mostra um descompasso significativo entre a confiança declarada pelos remetentes nos serviços de remessa e os riscos reais que enfrentam, medidos a partir do lançamento do primeiro Sender Market Vulnerability Index (SMVI) – Índice de Vulnerabilidade dos Remetentes. Esse índice avalia dimensões econômicas, sociais e tecnológicas em corredores-chave de envio de dinheiro (EUA, Reino Unido, Espanha, Emirados Árabes Unidos, Singapura e Austrália).
Principais levantamentos do relatório “The Remittance Trust Trap”
- Descompasso entre confiança e vulnerabilidade: O SMVI revelou um fenômeno contraintuitivo: remetentes que dizem confiar mais nos serviços de remessa tendem a enfrentar maior vulnerabilidade real. Nos Emirados Árabes, por exemplo, 33% dos remetentes mostraram altos níveis de risco, contra 27% da média global – apesar da elevada confiança no sistema.
- Maior fragilidade de trabalhadores estrangeiros e da economia gig: Esses profissionais, que compõem parte expressiva dos remetentes, lidam com maior instabilidade econômica, redes de proteção social limitadas e mais exposição a riscos tecnológicos. Nos EUA, apenas 3% dos trabalhadores migrantes e gig afirmaram que conseguiriam manter suas despesas por mais de três meses sem renda.
- Segurança digital em xeque: Embora os canais digitais ofereçam conveniência sem precedentes, mais de um terço (34%) dos remetentes globais afirmaram já ter sido vítimas de fraude ou crime cibernético. Entre trabalhadores estrangeiros e gig nos EUA, a taxa sobe para 39%. Esse cenário tem levado muitos a reduzir o uso de plataformas digitais, prejudicando a inclusão financeira.
- Alta demanda, baixa adesão a seguros: Quase 90% dos entrevistados demonstraram interesse em produtos de seguro personalizados, como proteção de renda, assistência hospitalar, cobertura contra acidentes e seguro para proteção de pagamentos. No entanto, a adesão efetiva segue baixa, revelando uma grande lacuna de proteção.
- Vulnerabilidades inesperadas em mercados estáveis: O estudo identificou fragilidade mesmo em países considerados está
“O sistema global de remessas é um salva-vidas para milhões de pessoas, mas nossa pesquisa mostra vulnerabilidades ocultas que exigem atenção urgente”, afirma Sean Ringsted, Chief Digital Business Officer da Chubb. “A Remittance Trust Trap deixa claro que confiança percebida não significa proteção real, especialmente para os trabalhadores que impulsionam a economia gig. É um chamado para que seguradoras, empresas de remessa e formuladores de políticas atuem em conjunto na construção de um futuro financeiro mais seguro e resiliente”.
Recomendações do relatório
Para empresas de remessa e seguradoras: criar produtos de seguro sob medida (contra perda de remessas, proteção de renda, acidentes pessoais, seguros cibernéticos); agilizar processos de sinistro; fortalecer a detecção de fraudes; ampliar campanhas de conscientização; adotar comunicação simples e empática; e colocar a resiliência financeira dos usuários como prioridade.
Para formuladores de políticas públicas: promover inclusão financeira e ampliar acesso a seguros acessíveis; investir em educação para alfabetização financeira e segurança digital.
Para os remetentes individuais: manter-se informados sobre ameaças cibernéticas; priorizar o uso de plataformas seguras; buscar conhecimento e agir com cautela.
“Enfrentar essas vulnerabilidades é uma necessidade não só econômica, mas também social”, reforça Ringsted. “Com inovação em proteção acessível, investimentos em segurança e transparência, além de regulação equilibrada, é possível fortalecer todo o sistema e garantir que a mobilidade global resulte em oportunidades duradouras para todos”.
Metodologia
O estudo “The Remittance Trust Trap: Revealing Hidden Vulnerabilities” foi conduzido com mais de 3.500 remetentes internacionais de baixa renda domiciliar nos Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Emirados Árabes Unidos, Singapura e Austrália, entre 28 de março e 10 de abril de 2025. Todos os participantes haviam enviado remessas internacionais nos últimos 12 meses. O relatório completo está disponível em: https://about.chubb.com/