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Ciclones tropicais causam uma perda diária de US$ 78 mi em danos econômicos globais, aponta estudo

Ciclones tropicais causam uma perda diária de US$ 78 mi em danos econômicos globais, aponta estudo / Foto: Pixabay
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Relatório divulgado por economistas da seguradora Allianz Trade analisa os impactos econômicos causados por furacões nos EUA

O estado da Flórida, nos Estados Unidos, enfrentou, no início do mês, a passagem de um dos maiores furacões nos últimos 100 anos. No dia 7 de outubro, o furacão Milton atingiu a categoria 5 (máxima), com ventos que passam de 250 km/h. De acordo com as últimas informações do NHC (Centro Nacional de Furacões dos EUA), o ciclone também se aproximou da costa do estado, causando ainda mais transtornos.

Além dos danos causados às famílias, com mais de um milhão de pessoas sob ordem de evacuação no estado, os ciclones tropicais causam uma média de US$ 78 milhões em danos econômicos globais diariamente, segundo o estudo The global economic ripple effect of cyclones, divulgado nesta quarta-feira pelo time de economistas da Allianz Research, departamento de análise da Allianz Trade, líder mundial em seguro de crédito.

O relatório mostra que, nos EUA, os custos econômicos aumentaram drasticamente, com a década de 2010 a 2019 enfrentando US$ 731 bilhões em perdas devido aos superfuracões Harvey, Irma e Maria. A década atual já incorreu em US$ 460 bilhões em danos, o dobro das perdas totais de 1980 a 1999, como mostra o gráfico abaixo:

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Segundo os economistas, o aquecimento global, a crescente urbanização e a concentração de moradores em áreas costeiras densamente povoadas devem piorar os impactos dos ciclones tropicais. Na maioria dos cenários de emissão, exceto pelo caminho de baixa emissão, espera-se que a população exposta a ciclones tropicais aumente significativamente até 2100. Em um “mundo de estufa”, o número de pessoas afetadas pode aumentar em 23% até 2050 e em 84,2% até 2100.

Efeitos nas cadeias de suprimentos e comércio marítimo

O estudo revela que, embora as perdas econômicas imediatas dos ciclones tropicais sejam evidentes, o efeito cascata nas cadeias de suprimentos globais e no comércio marítimo muitas vezes passam despercebidos. Os portos, que movimentam cerca de 80% do comércio global, enfrentam interrupções significativas devido ao clima extremo, levando a um tempo de inatividade dispendioso e consequências econômicas generalizadas. Em 2023, os ciclones tropicais causaram 117 dias de inatividade portuária globalmente. À medida que as mudanças climáticas se intensificam, esse efeito cascata deve piorar, com o valor de exportação relacionado ao porto em risco aumentando em até +38% para US$ 312 bilhões.

Sem medidas de adaptação aprimoradas, as consequências econômicas dos ciclones tropicais provavelmente aumentarão à medida que esses eventos se tornarem mais frequentes e intensos, acreditam os autores. “À medida que as mudanças climáticas se intensificam, mais países ultrapassarão seus limites de resiliência, levando a danos econômicos severos e capacidade enfraquecida de lidar com riscos futuros. Investir em medidas de adaptação, como infraestrutura aprimorada, sistemas de alerta precoce, redes de segurança financeira e soluções baseadas na natureza, pode mitigar os custos econômicos dos ciclones tropicais e aumentar o limite de resiliência de um país”, afirmam.

Os economistas lembram ainda que os Planos Nacionais de Adaptação (NAPs) sob a UNFCCC são ferramentas essenciais para a adaptação às mudanças climáticas, com 140 países envolvidos em 2023. Esses planos são centrais para as negociações da COP, particularmente em relação ao financiamento, pois os países em desenvolvimento buscam fundos significativos para esforços de adaptação.

O papel do seguro na mitigação de danos econômicos causados por ciclones tropicais

O relatório ainda mostra que as interrupções nas cadeias de valor podem gerar enormes riscos – inclusive para o setor de seguros. As interdependências podem levar a uma acumulação de perdas que geram sinistros em diversas áreas de negócios, desde interrupção de atividades até danos à propriedade e responsabilidade civil. Portanto, o setor de seguros tem um interesse intrínseco em tornar as cadeias de valor mais resilientes. A resiliência operacional é a chave. Não se trata apenas de continuidade dos negócios, ou seja, restaurar o status quo após uma interrupção, mas também de melhoria contínua e adaptação.

Os autores afirmam que o seguro é um parceiro natural, tanto como provedor de produtos que oferece compensação financeira após uma interrupção, quanto, e acima de tudo, como um consultor de riscos que já está ativo previamente. Isso implica uma mudança no modelo de negócios da indústria de seguros: distanciando-se de uma lógica simples de produto focada na compensação financeira, em direção a soluções abrangentes de mitigação e prevenção de riscos, para gerenciar medidas de adaptação, mitigação e resiliência. O resultado é de parcerias de longo prazo para compartilhamento de expertise e melhor compreensão dos riscos.

Em muitos casos, no entanto, a melhor proteção contra riscos é reduzir a exposição, evitando a construção em áreas de alto risco (ou realocando instalações já existentes). O aumento recente das perdas decorrentes de catástrofes naturais deve-se em menor medida ao aumento de sua frequência e gravidade; o principal fator é o forte crescimento de ativos em áreas afetadas. Essa tendência precisa ser revertida. Nesse contexto, prêmios de seguro adequados ao risco têm um papel importante como sinais de risco.

Além disso, os economistas acreditam que agrupar riscos e transferi-los para os mercados de capitais também são maneiras de aumentar a segurabilidade dos riscos, mas que, no entanto, desastres massivos podem gerar perdas que excedem os limites da segurabilidade. Por isso, além de soluções inovadoras de seguro, como seguros paramétricos, também são necessárias parcerias público-privadas, com o estado assumindo o papel de “ressegurador de última instância”, e atuando como um mecanismo de suporte no caso de uma perda que exceda a capacidade do setor de seguros. Isso garante que os riscos possam continuar a ser segurados e que a cobertura de seguro permaneça acessível e viável.

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