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Cinco mitos e verdades sobre endometriose

Foto: Francisco Venâncio / Unsplash
Foto: Francisco Venâncio / Unsplash

Thais Gonzalez, médica especialista em radiologia e diagnóstico da Delfin Medicina Diagnóstica, esclarece as principais dúvidas e reforça a importância de manter os exames em dia

A endometriose é uma doença crônica e que segundo o Ministério da Saúde, afeta 1 a cada 10 mulheres no Brasil. Ela tem como característica principal o crescimento de células do tecido que reveste o útero, o endométrio, que em vez de serem expulsas durante a menstruação, se movimentam no sentido oposto e se espalham nos ovários, intestino ou em outros órgãos da cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar. Ainda não existe uma causa bem definida da doença, mas é notório que quando controlada, tem impacto positivo sobre a qualidade de vida da paciente.

Quando não tratada, sua progressão gera importantes transtornos na vida das mulheres, que apresentam sintomas como cólicas de forte intensidade, dores durante as relações sexuais, dor e sangramento intestinais e urinários durante o período menstrual. Conheça alguns mitos e verdades sobre a doença:

1. Toda mulher com endometriose é infértil – MITO

Segundo a Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), cerca de 30% das portadoras de endometriose podem apresentar infertilidade. Segundo Thais Gonzalez, médica especialista em radiologia e diagnóstico por imagem da Delfin Medicina Diagnóstica, quem tem endometriose pode sim engravidar, mas possui menos chances de conseguir pelas vias naturais, dependendo da gravidade da doença. “Isso se deve a uma redução do número e da qualidade dos óvulos, presença de inflamação, obstrução nas trompas e presença de aderências causadas pela doença”.

2. Exame de imagem é crucial para diagnóstico da doença – VERDADE

A suspeita de endometriose deve ser feita levando-se em consideração os sintomas clínicos e exame físico da paciente, no entanto este diagnóstico deve ser confirmado através de exames de imagem. “Os exames mais indicados são a ultrassonografia pélvica transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética da pelve”, explica Thais, que complementa: “São exames capazes de identificar a presença de focos da endometriose e o mais importante, definir exatamente quais os órgãos comprometidos e a extensão da doença. É a partir desta análise que o médico especialista poderá definir, juntamente com a paciente, qual o melhor tratamento a ser adotado: se o uso de medicações ou intervenção cirúrgica”.

3. Toda paciente com endometriose sente dor – MITO

A doença pode ser assintomática em algumas mulheres, mas mesmo assim, precisa ser acompanhada e algumas vezes tratada. Segundo a radiologista, a maioria dos casos assintomáticos é detectado em exames de rotina. “Este é apenas um dos muitos benefícios do acompanhamento regular pelo médico ginecologista. Quando a endometriose é identificada ainda na fase inicial, com tratamento adequado, evita-se que a doença alcance estágios mais graves e avançados e o maior comprometimento dos órgãos pélvicos”.

4. Exercícios físicos podem colaborar para controlar a doença – VERDADE

A liberação de endorfina que resulta das atividades aeróbicas de média e alta intensidade é benéfica para o corpo e ainda inibe a produção de estrógeno, hormônio ligado diretamente à endometriose. “Exercícios físicos são uma forma complementar de tratar a doença, principalmente quando associada a uma alimentação saudável e equilibrada, que ajuda também a reduzir os níveis de inflamação, além de melhorar o sistema imunológico, aliado indispensável no combate de enfermidades”, explica a médica.

5. A endometriose pode evoluir para um câncer – MITO 

Não. Ela é uma doença benigna, apesar de, algumas vezes, apresentar um comportamento mais agressivo, comprometendo diversos órgãos. “Alguns trabalhos mostram uma associação um pouco mais significativa da endometriose com alguns tipos específicos e mais incomuns de câncer de ovário, mas trata-se de uma condição muito rara. Vale lembrar também que não existe relação comprovada desta doença com o câncer do endométrio. São doenças diferentes”, conclui Thais.

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