Confira artigo de Reinaldo Aguimar, co-fundador e COO da OON Seguradora
Mesmo com uma rotina intensa de trabalho, nunca deixei de dedicar um tempo do meu dia (em geral, as manhãs) à leitura das notícias. É uma atividade que, em geral, aguça o nosso senso crítico. E um dos temas que acompanhei de perto, recentemente, foi a realização da COP 16 – Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, encerrada no dia 1º de novembro, na Colômbia. O evento destacou uma preocupação urgente e legítima: a interferência humana na biodiversidade e os riscos que ela representa para o futuro do planeta e para a nossa saúde.
Como empresário do mercado digital, sei da importância de adotar práticas que reduzam nosso impacto ambiental. E a seguir, gostaria de elencar algumas delas, promovendo um espaço de reflexão para quem trabalha neste segmento – e, claro, também para os consumidores e outros agentes envolvidos.
O primeiro ponto diz respeito à digitalização de serviços, isto é, uma das estratégias que o nosso time aqui “de casa” tem implementado para reduzir o uso de papel e minimizar a geração de resíduos. A substituição de apólices físicas por digitais é apenas um dos esforços realizados pela companhia em busca de uma operação mais sustentável.
O segundo tópico tange à inovação tecnológica, que pode ser (e tem sido) uma aliada na redução de passivos ambientais. Em um contexto em que a responsabilidade “verde” ganha mais espaço na agenda, a transformação digital se mostra fundamental para empresas que desejam manter-se competitivas e socialmente responsáveis. Não se trata apenas de adotar novas tecnologias, mas de repensar o nosso papel, enquanto gestores ou líderes, na preservação do planeta e de entender que pequenas mudanças podem contribuir para uma sociedade mais consciente e justa.
Um terceiro eixo a ser sublinhado é que muitas empresas estão se preparando para atuar em uma chamada economia sustentável do século 21. Não apenas isso, mas essas companhias estão sendo “cobradas” por entidades do setor no qual atuam e pelo público consumidor. Foi o caso do Sandbox 3, realizado pela Susep (a superintendência de seguros privados, isto é, a instituição reguladora do meu segmento), que teve como pré-requisito uma atuação sustentável por parte dos inscritos. É um ponto de discussão bem relevante e, semanalmente, trazemos essa pauta para nossas conversas internas.
Um quarto elemento que venho percebendo é a tecnologia sendo empregada, dentro do trade de seguros, no combate e na resolução de problemas de causa ambiental. Venho notado que o uso de imagens de satélite, dados aéreos e análises avançadas são um tripé bem eficaz quando falamos em sinistralidade causada por desastres naturais.
Por fim, em quinto lugar, reitero que as empresas adeptas de uma postura mais sustentável não apenas contribuem para a preservação do meio ambiente, mas também fortalecem sua imagem junto ao público. E essas mudanças podem ser estimuladas pelos próprios gestores. Por exemplo, trabalhar de casa alguns dias por semana (modelo híbrido) promove economia de gasolina e qualidade de vida dos colaboradores, que passam mais tempo com os seus familiares.
Na mesma linha de pensamento, se a companhia garante uma caneca de vidro ou uma garrafinha d’água reutilizável ao colaborador, automaticamente, cai o uso de copos plásticos descartáveis – e quem se beneficia é o planeta, que recebe uma quantia menor de resíduos sólidos, além de ser econômico para os empregadores.
Muitas das alterações estão com o poder público (isso é um fato), mas há bastante que possa ser feito por nós, individualmente (no âmbito de cidadão) e coletivamente (enquanto empresas ou sociedade civil). E o primeiro passo é a conscientização.