No Brasil 4500 consultores se empenham em vendas diretas e digitais, com intenção de atingir regiões que tradicionalmente possuem menor adesão ao seguro
A instabilidade climática, que anualmente afeta safras de grãos pelo país, mais frequentemente soja e milho, está fazendo com que agricultores se antecipem na busca por crédito agrícola e as contratações devem avançar em 2023. Segundo o especialista em seguros agrícolas da Agrotech, Daniel Criveli, a expectativa para o próximo ciclo é de que os agricultores acessem de 5% a 7% a mais no próximo ano. No Brasil, segundo a Produce, que passa a investir em um formato dinâmico de vendas de seguro agrícola, mais de 4500 consultores terão como foco regiões que tradicionalmente não têm adesão ao seguro.
Esse avanço, de acordo com Criveli, depende também da transição de governo, que refletirá na condução do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Entre o Plano Safra 2020/2021 e 2021/2022, o investimento do Governo Federal avançou 2,4%, chegando a R$ 1 bilhão. Nesta última safra, de acordo com a Agrotech, a estimativa de área segurada correspondeu a 10,7 milhões de hectares, de um total de 66,3 milhões de hectares ocupados pelas lavouras no país, como aponta a Embrapa.
“Não há mais chance para erro na safra. Os investimentos realizados da semente aos defensivos, são muito altos e as perdas na produção, por geada ou seca, afetam o Brasil anualmente, a cada ciclo em uma região diferente, sendo mais concentrado os danos ao Sul e Centro-Oeste”, explica o diretor da Produce, Guilherme Trotta. “Perdas, por menores que sejam, podem representar prejuízos e até a saída da atividade de um empresário rural. Buscamos alternativas para dinamizar esse acesso”, completa Trotta, que em parceria com a Agrotech, levantará a demanda por seguro agrícola in loco, direto com os produtores rurais, por meio de um aplicativo, em todo país.
As empresas Agrotech e Produce se preparam para lançar um serviço dinâmico para contratação de seguro agrícola, por meio da venda direta, com o processo iniciando de forma digital. Por meio dos mais de 4.500 Producers, consultores que realizam vendas de defensivos, sementes e outros mais de 100 produtos, de forma direta ao produtor rural, passarão neste mês de dezembro de 2022 a oferecer o seguro agrícola. Segundo os idealizadores, esse processo pode democratizar o acesso.
“As contratações de seguros para culturas de inverno ocorrem entre dezembro a maio, para milho safrinha vai de dezembro a meados de fevereiro, e trigo de março a maio, podendo as negociações encerrarem quando se esgotam os limites disponibilizados pelas seguradoras, ou quando finalizar o zoneamento agrícola de cada cultura”, explica Criveli. “Muitos produtores ficam sem acessá-los e o motivo, dentre outros, é a instabilidade climática, que tem aumentado a procura por esse serviço”, completa, ao lembrar que outro percentual não acessa por desinformação.
“Vamos levar informação para diferentes regiões do país, principalmente àquelas que tradicionalmente não contratam o seguro rural. Para definir uma estratégia, levamos em conta que Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul, respondem por 80% das contratações de seguro agrícola no país. Com os 4.500 consultores espalhados pelo país, queremos dinamizar e tornar o acesso mais fácil”, destaca o diretor da Produce, que lançará esse novo serviço no dia 14 de novembro.
Além da facilidade no acesso ao seguro e estratégia em diferentes regiões produtoras, a parceria entre Produce e Agrotech deve acelerar o acesso ao seguro agrícola, dando chance aos produtores rurais que não acessaram nos últimos anos devido à escassez de recursos.
Fonte: Agro Agência