Em 2024, o Brasil presenciou alguns dos piores impactos da crise climática em diversas regiões, prejudicando a infraestrutura, biodiversidade e economia local. Como parte de uma agenda para construir mecanismos para resiliência climática, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) anunciou, nesta quarta-feira (13), em Baku-Azerbaijão, uma parceria estratégica com o Centro de Resiliência Climática do Atlantic Council, think thank norte-americano, que reunirá iniciativas regionais e globais para conscientização da importância do setor segurador para implementação de medidas para adaptação às mudanças climáticas.
O anúncio foi feito durante painel Garantindo a Adaptação Climática no Brasil e na América Latina (em tradução livre), organizado pelo Atlantic Council, e que reuniu uma série de executivos para debater práticas no setor de seguros que abordem a adaptação climática tendo como pano de fundo a crescente pressão sobre sociedade e governos no Brasil e na região para mobilizar recursos para enfrentar os riscos e custos climáticos.
Globalmente, o setor segurador já cobre 30% das perdas com desastres climáticas, mas o setor, e seus produtos, ainda não estão nos compromissos da COP como instrumentos de políticas nacionais e objeto dos acordos internacionais. A parceria entre CNseg e Atlantic Council vem nesse cenário e terá o objetivo de compartilhar tendências da indústria de seguros brasileira e suas prioridades para lidar com os impactos climáticos, trazendo à luz os desafios e destacando as soluções ou ações inovadoras do país que podem e devem ser replicadas para enfrentar as alterações climáticas.
O painel contou com a participação do presidente da CNseg, Dyogo Oliveira; de Jorge Gastelumendi, diretor sênior do Centro de Resiliência Climática do Atlantic Council; Amy Barnes, head de Estratégia de Clima e Sustentabilidade da Marsh McLennan; Antonio Augusto Rebello Reis, sócio do escritório Mattos Filho; a pesquisadora do INPE e do IPCC, Thelma Krugg; e o executivo do Instituto Clima e Sociedade (ICS), Roberto Kishinami.
De acordo com, Dyogo Oliveira, ter o suporte do Atlantic Council na promoção do seguro como instrumento de adaptação climática nos fóruns internacionais é de suma importância, especialmente pelo networking nos quais o think tank americano está inserido. “Teremos agora o Atlantic Council nos apoiando na identificação de atores e plataformas regionais e globais, incluindo aqueles relacionados ao G20 e à COP30, nos quais o setor segurador brasileiro precisa dialogar”, destaca.
O memorando de entendimento assinado entre as partes prevê ainda a atuação junto a atores regionais e globais relevantes na preparação para o G20 e a COP30, a organização de agendas com atores regionais e globais que sejam de interesse do setor de seguros no Brasil e criação de inteligência.