CNseg reforça protagonismo do setor de seguros diante da transição climática

Dyogo Oliveira, presidente da CNseg / Foto: Universo do Seguro
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg / Foto: Universo do Seguro

Evento reuniu jornalistas especializados para discutir resiliência climática, impactos econômicos e a importância da comunicação na popularização do seguro

O Universo do Seguro participa da terceira edição do Workshop de Seguros para Jornalistas, promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), que reuniu profissionais de imprensa de todo o país na sede da entidade, no Rio de Janeiro. O evento teve como destaque o anúncio da criação de um Instituto voltado às mudanças climáticas, um movimento estratégico que reforça o papel do setor segurador na promoção da resiliência da sociedade diante da nova realidade climática.

Seguro como instrumento de resiliência

Na abertura, Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, destacou a urgência de uma agenda de ação climática mais efetiva e revelou dados alarmantes: apenas em 2024, o Brasil contabilizou 1.690 eventos climáticos extremos, resultando em R$ 327 bilhões em prejuízos — a maior parte sem cobertura securitária. No total, 94% dos municípios brasileiros decretaram situação de emergência ou calamidade pública no último ano. “Esse é o primeiro grande desafio para o qual o mercado de seguros está preparado e focado: ampliar a penetração do seguro no Brasil”, afirmou. No mundo, estima-se que as perdas em função de eventos climáticos possam alcançar a cifra de US$ 368 bilhões.

Segundo Oliveira, o setor segurador foi um dos primeiros a identificar os impactos da transição climática ainda nos anos 1970, ao perceber o aumento na frequência e severidade dos eventos extremos. No entanto, ele admite que, por um período, o setor se afastou do protagonismo no debate climático. Agora, com os impactos cada vez mais visíveis — como as enchentes devastadoras em Porto Alegre —, o setor retoma essa agenda com intensidade, posicionando-se como agente essencial de transformação e proteção social.

Casa do Seguro na COP30

Entre os anúncios mais simbólicos do evento está a Casa do Seguro, espaço oficial da CNseg durante a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025. A iniciativa pretende levar o debate sobre seguros para o centro das discussões globais sobre o clima, com uma programação intensa de eventos, estúdio de gravação, sala de imprensa e painéis conduzidos pelas seguradoras associadas e autoridades públicas.

“Estamos construindo esse espaço para colocar o setor de seguros onde ele precisa estar: no centro do debate sobre o futuro climático do planeta”, reforçou Carla Simões, superintendente de Comunicação da CNseg. “Essa jornada é fruto de anos de articulação da CNseg com a Susep, com o governo e com organismos internacionais. O setor quer — e deve — contribuir para transformar o seguro em política pública de proteção climática no Brasil, como já acontece em países como México, Chile e na Europa”.

Carla também ressaltou que os jornalistas são parte essencial deste movimento. “Hoje é um dia muito especial. Estamos aqui numa jornada de popularização e democratização do mercado de seguros, e vocês são parte fundamental desse processo”, destacou, ao apresentar também a nova edição do Prêmio Nacional de Jornalismo em Seguros, que agora será dividido por temáticas — como Mudanças Climáticas, Inclusão, Inovação e Prevenção — e não mais por plataforma (rádio, TV, internet etc.), refletindo a produção multiplataforma do jornalismo contemporâneo.

Impacto de Porto Alegre e a virada de chave

A superintendente também reconheceu que as enchentes no Rio Grande do Sul foram um divisor de águas. “Havia preocupação anterior, já vínhamos participando das COPs, mas as enchentes de 2024 foram um ponto de transição. Quando se vê uma cidade do tamanho de Porto Alegre submersa por semanas, entendemos que o impacto climático não é uma abstração distante. Está aqui, entre nós”, completou.

Comunicação como aliada estratégica

A presença de jornalistas no evento reafirma a intenção da CNseg de envolver a imprensa como aliada na construção de uma sociedade mais consciente sobre riscos, proteção e futuro. Como apontou Dyogo Oliveira, o setor trabalha intensamente para estreitar relações com autoridades nacionais e internacionais, e reconhece que a mudança de percepção pública sobre o papel do seguro já começou. “Mas ainda há muito a ser feito”, concluiu.

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