Cobertura infantil sem esquema completo cai há 10 anos no Brasil

Em 2023 nenhum estado conseguiu atingir a meta de cobertura para as quatro principais vacinas aplicadas até 1 ano de idade; especialista em vacinação orienta pais sobre doses essenciais: tríplice viral e poliomielite

Com a chegada das férias de julho e os dias mais frios do inverno, especialistas alertam para a importância de manter o calendário vacinal das crianças em dia. Embora no ano de 2023 tenha mostrado uma discreta melhora nas taxas de imunização, o Brasil enfrenta uma crise prolongada.

Segundo o Anuário VacinaBR 2025, produzido pelo Instituto Questão de Ciência, com apoio do Unicef e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), lançado oficialmente em 17 de junho de 2025, há uma década, a cobertura vacinal infantil não atinge os índices ideais, especialmente quando se trata da aplicação de todas as doses recomendadas para proteção completa. Em 2023 nenhum estado conseguiu atingir a meta de cobertura para as quatro principais vacinas aplicadas até 1 ano de idade.

O relatório aponta ainda que apenas quatro estados brasileiros alcançaram a meta de 95% para a primeira dose da tríplice viral e 14 estados apresentaram menos de 50% de cobertura para o esquema vacinal completo. A situação é ainda mais preocupante quando se trata da poliomielite: desde 2016, nenhum estado do país conseguiu atingir a meta de 95% de cobertura.

A enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Elisa Lino, explica que as férias escolares são uma excelente oportunidade para os pais colocarem a caderneta de vacinação dos filhos em dia. “Muitas vezes, as famílias não conseguem tempo durante o ano letivo, mas julho pode ser o momento ideal para revisar as vacinas. O frio aumenta a circulação de vírus e a imunização é essencial para evitar complicações. Vacinar é um ato de cuidado e de prevenção coletiva”, destaca.

Ela ressalta que, além de iniciar o esquema vacinal, é fundamental completá-lo. “Tomar só a primeira dose não basta. A proteção só é efetiva quando todas as etapas são cumpridas. A tríplice viral, por exemplo, protege contra sarampo, caxumba e rubéola — doenças que ainda oferecem risco de surtos. A poliomielite, que parecia erradicada, pode voltar em locais com baixa cobertura”, alerta Elisa. O relatório mostra ainda que vacinas que exigem mais de uma dose enfrentam altos índices de abandono, como as vacinas contra sarampo, caxumba e rubéola, em que o abandono superou 50% em vários estados.

A Clínica Vacinne oferece uma consultoria de vacinação pelo WhatsApp. Funciona assim: o cliente pode enviar fotos da carteirinha e a idade, e as especialistas da clínica avaliam quais vacinas estão em atraso, seguindo o Calendário Anual. O contato é feito pelo número (41) 99610-0337, de segunda a sexta, das 10h às 16h, e aos sábados, das 10h às 11h. “Vacinas são seguras, eficazes e salvam vidas. E o inverno, com maior risco de infecções respiratórias, é o momento certo para garantir essa proteção”, finaliza Elisa.

 

Principais vacinas infantis do calendário básico:

  • BCG – protege contra formas graves de tuberculose
  • Hepatite B – administrada nas primeiras 24h de vida
  • Pentavalente (DTP + Hib + Hepatite B) – protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae
  • Poliomielite (VIP e VOP) – proteção contra paralisia infantil
  • Tríplice viral – contra sarampo, caxumba e rubéola
  • Pneumocócica 10-valente – previne pneumonias, otites e meningites
  • Meningocócica C – proteção contra meningite meningocócica
  • Rotavírus – previne gastroenterites graves
  • Varicela (catapora)
  • Febre amarela – a partir dos 9 meses

Foto: Enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Elisa Lino

Valquiria Rodrigues/Divulgação

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