Colesterol bom x ruim: entenda a diferença e como manter o equilíbrio

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Photo by Ali Hajiluyi on Unsplash

Cardiologista esclarece os tipos e dá dicas práticas para prevenir a doença e proteger o coração

Quatro a cada dez pessoas adultas no Brasil têm colesterol alto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. O colesterol é um tipo de gordura que auxilia no funcionamento do nosso corpo, participando da produção de hormônios, vitamina D e ácidos biliares, que ajudam na digestão. 

As doenças causadas pelo colesterol alto também são responsáveis por cerca de 300 mil mortes por ano no país, segundo o Ministério da Saúde. Essa substância é importante, no entanto, o problema surge quando ela está em desequilíbrio, e é aí que entram os conceitos de “bom” e “ruim”.

“Manter um equilíbrio adequado entre o colesterol bom e ruim é essencial para a saúde cardiovascular. Embora o colesterol seja vital, o desequilíbrio, especialmente com LDL alto e HDL baixo, aumenta significativamente o risco de problemas cardíacos. É importante lembrar que o aumento de colesterol geralmente não apresenta sintomas”, explica o cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Luiz Guilherme Velloso.

Afinal, o que é colesterol bom e ruim?

Segundo o especialista, o HDL, ou seja, Lipoproteína de Alta Densidade (do inglês, High-Density Lipoprotein), é considerado o colesterol bom por ser responsável, por exemplo, pela remoção do excesso de colesterol ruim do organismo.

“O HDL atua como um faxineiro das artérias, retirando o colesterol em excesso das células e das paredes das artérias e o transportando de volta para o fígado, onde pode ser processado e eliminado do corpo. Ao fazer essa limpeza, ele ajuda a prevenir o acúmulo de placas de gordura nas artérias, o que reduz o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral)”, reforça o cardiologista.

Velloso aponta que, geralmente, níveis mais altos de HDL são benéficos para a saúde. Agora o LDL, que significa Lipoproteína de Baixa Densidade (do inglês, Low-Density Lipoprotein), é aquele conhecido como colesterol ruim.

O LDL é responsável por levar o colesterol do fígado para as células que precisam dele em todo o corpo. O problema ocorre quando há um excesso de LDL no sangue porque seus níveis elevados podem fazer com que o colesterol se deposite nas paredes internas das artérias, formando placas de gordura”, comenta ele.

Essas placas podem endurecer e estreitar as artérias, dificultando o fluxo sanguíneo. Com o tempo, essa obstrução pode levar a condições graves como infarto, AVC e doença arterial periférica. Por esses motivos, é importante manter os níveis de LDL baixos.

“Também existe o VLDL que é considerado ruim quando em excesso. Sua principal função é transportar triglicerídeos (outro tipo de gordura) do fígado para as células. Níveis elevados de VLDL contribuem para o acúmulo de gordura nas artérias”, explica Velloso.

Como prevenir níveis altos de colesterol ruim?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que 80% das mortes por doenças cardiovasculares são evitáveis através de hábitos de vida saudáveis e a dieta é um dos pilares da saúde para prevenção e controle do colesterol. O cardiologista aponta algumas dicas para melhorar a alimentação:

  • Evite Gorduras Saturadas e Trans

As gorduras saturadas estão presentes em carnes vermelhas gordas, pele de frango, laticínios integrais (leite, queijo amarelo, manteiga), embutidos (salsicha, linguiça), frituras e alguns óleos tropicais (coco, palma). Segundo o especialista, elas aumentam o colesterol LDL. 

“Já as gorduras trans são encontradas em muitos alimentos ultraprocessados, como bolachas recheadas, salgadinhos, margarinas hidrogenadas, produtos de padaria e fast-food. São as mais prejudiciais, pois aumentam o LDL e diminuem o HDL”, aponta Velloso.

  • Aumente o Consumo de Gorduras Insaturadas (as “boas”): 

O azeite de oliva extra virgem, abacate, nozes, amêndoas e castanhas ajudam a reduzir o LDL. Além disso, as gorduras poli-insaturadas (Ômega-3 e Ômega-6), presentes em peixes de água fria (salmão, sardinha, atum), sementes (chia, linhaça), nozes, também são benéficas. “O ômega-3, em particular, ajuda a reduzir os triglicerídeos e pode aumentar o HDL”, comenta o médico.

  • Consuma Alimentos Naturais e Integrais: 

Frutas, legumes e verduras são ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes que protegem o coração. Os grãos como arroz, pão e macarrão integrais contêm mais fibras e nutrientes que suas versões refinadas.

  • Cuidado com o Açúcar e Ultraprocessados

O consumo excessivo de açúcar pode levar ao aumento dos triglicerídeos e contribuir para o ganho de peso, fatores que afetam o colesterol. Ultraprocessados são geralmente ricos em gorduras ruins, açúcar e sódio.

“Outra dica é praticar atividade física regularmente, como exercícios aeróbicos (caminhada, corrida, natação) por pelo menos 150 minutos semanais, o que ajuda a aumentar o HDL e reduzir o LDL. Também é preciso evitar fumar, pois o tabagismo danifica os vasos sanguíneos e desequilibra o colesterol, além de moderar o consumo de álcool para não elevar os triglicerídeos. Exames regulares também são indispensáveis para monitorar o colesterol, que muitas vezes não apresenta sintomas quando está alto”, finaliza o cardiologista.

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