Levantamento compara potência, consumo e preço das opções mais populares e indica o melhor aparelho
Com a queda da temperatura em diversas regiões do país — e alertas de ondas de frio mais intensas emitidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em julho — os brasileiros têm recorrido a soluções práticas para aquecer o lar. De acordo com um novo levantamento da Bulbe Energia, plataforma de energia solar por assinatura, as buscas online por aquecedores elétricos cresceram 645% e já somam 630 mil pesquisas na internet nos últimos 6 meses.
Para entender melhor esse comportamento, o estudo analisou a oferta disponível das seis marcas mais procuradas nos mecanismos de busca digital pelos consumidores: Mondial, Britânia, Cadence, Ventisol, WAP e Philco. Foram mapeados os modelos mais comprados nos sites oficiais de cada uma e, a partir disso, calculadas as médias de potência, preço, peso e consumo por hora dos quatro principais tipos de aquecedor: termoventilador, a óleo, cerâmico e halógeno.
Com tantas opções disponíveis, entender como cada tipo de aquecedor funciona — e qual se adapta melhor a diferentes rotinas — é essencial para evitar gastos desnecessários e garantir o conforto ideal. Abaixo, a tabela traz um comparativo direto entre os tipos mais comuns à venda — considerando não só o custo inicial, mas também o impacto na conta de luz com uma hora de uso diário.

Entre os modelos populares, o termoventilador é o tipo mais leve e barato entre os de alta potência, ideal para quem busca aquecimento rápido de ambientes pequenos a médios com baixo investimento inicial. O maior consumo de energia, no entanto, pode pesar na conta de luz com uso frequente. Seu funcionamento com ventilador embutido gera ruído — o que pode incomodar à noite ou em ambientes silenciosos.
Já o aquecedor a óleo oferece exatamente o oposto: é silencioso, aquece de forma gradual e mantém o ambiente aquecido por mais tempo, mesmo após desligado. A tecnologia é simples: uma resistência interna aquece um óleo térmico, que circula pelas aletas metálicas e libera o calor de forma constante. Por isso, é uma escolha comum em quartos e salas de estar, onde o conforto térmico prolongado é mais relevante do que a rapidez no aquecimento. O maior desafio aqui está no preço mais alto e no peso do equipamento, que limita a mobilidade.
No meio do caminho está o aquecedor cerâmico, que equilibra eficiência, segurança e consumo. Em vez de resistências metálicas expostas, ele conta com uma placa de cerâmica que acumula calor e o libera aos poucos, muitas vezes com o auxílio de um ventilador. É indicado para quem tem crianças ou pets, pois a carcaça externa não esquenta tanto quanto no modelo halógeno. Preço e consumo médios fazem dele uma boa opção de custo-benefício com foco em segurança.
O modelo halógeno, por sua vez, tem uma proposta diferente: aquece por irradiação direta, concentrando o calor em pessoas e objetos à sua frente. Com lâmpadas halógenas no lugar de resistências tradicionais, é ideal para uso individual e localizado, como ao lado da cama ou da mesa de trabalho. Tem baixo consumo de energia e custo acessível, mas sua luz intensa e o alcance limitado pedem cuidado no posicionamento e no tempo de uso.
Mais do que potência ou preço, o que determina o custo-benefício de um aquecedor é sua adequação ao uso real no dia a dia. Entender isso é o primeiro passo para passar o inverno com conforto — e sem sustos na fatura.
Do RS ao ES: quanto custa se aquecer com a bandeira vermelha?
Nos últimos seis meses, sete estados brasileiros se destacaram nas buscas por aquecedores elétricos para amenizar as noites frias do inverno. Entre os 27 estados, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo lideram o interesse por conforto térmico. O ranking considera o volume das buscas proporcionalmente à população local.
Nesse contexto, para entender o impacto real desses aparelhos na conta de luz, é fundamental considerar não apenas a potência e o consumo de cada modelo, mas também a tarifa de energia praticada em cada estado. A tabela a seguir apresenta uma estimativa do custo mensal para o uso diário de quatro horas dos principais tipos de aquecedores, com base nas tarifas vigentes da ANEEL, já acrescidas do adicional da bandeira vermelha patamar 1, mantida para o mês de julho.

A tabela revela uma diferença expressiva no custo mensal do uso de aquecedores elétricos entre os estados brasileiros, reflexo direto das variações nas tarifas de energia praticadas em cada região.
Mato Grosso do Sul apresenta os valores mais altos, chegando a quase R$ 165 mensais para o uso diário de quatro horas de um termoventilador, seguido por Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Entre os modelos analisados, o termoventilador é o que mais consome energia — e, por isso, o que gera maior custo na conta de luz —, enquanto o halógeno se destaca como o mais econômico, graças à sua potência reduzida.
A aplicação da bandeira vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, impacta diretamente esses valores, com aumento médio entre 6% a 8% no custo mensal. Santa Catarina, por exemplo, é o estado onde o uso de aquecedores é menos oneroso, mas também é onde a bandeira pesa mais proporcionalmente, elevando o custo final em cerca de 7%. Já em Mato Grosso do Sul, embora os preços absolutos sejam os mais altos, o efeito da bandeira é o menor entre os estados analisados, com uma variação de aproximadamente 5%.
Embora o valor por kWh acrescido pela bandeira possa parecer pequeno, seu efeito no bolso do consumidor é relevante, de acordo com André Mendonça, Diretor de Operações da Bulbe Energia.
“Quanto menor a tarifa base, maior é o peso proporcional da bandeira vermelha no valor final. Por isso, mesmo que a bandeira seja igual em todos os estados, ela pesa mais nos lugares onde a energia é mais barata. Por isso, é fundamental que o consumidor entenda qual modelo de aquecedor mais se adequa ao seu perfil e às condições locais, considerando o consumo, o custo e a eficiência. Essa análise ajuda a evitar surpresas na conta de energia e a garantir conforto térmico sem pesar demais no orçamento”, destaca Mendonça.
Metodologia
Ao identificar o crescimento das buscas online por “aquecedores elétricos” nos últimos seis meses, foram compiladas as marcas mais relacionadas ao termo. A partir disso, foram listados os modelos mais vendidos em seus sites oficiais, levantando dados como potência, preço e peso. Assim foi construída a tabela comparativa dos modelos.
Para entender os estados que mais pesquisaram pelo aparelho, foram analisadas as buscas online em todas as regiões do país. Com o ranking de estados que mais pesquisaram por aquecedor elétrico nos últimos seis meses, foi possível compreender quanto cada modelo custa no mês se utilizado 4 horas diárias.
O cálculo do custo total mensal foi feito multiplicando a potência do aparelho (em kW) pelo número de horas que ele é usado por dia e pelo número de dias do mês. Depois, multiplicou-se esse consumo mensal pela tarifa de energia por estado (em reais por kWh) e foi adicionado um valor extra de R$ 4,46 para cada 100 kWh consumidos.