Fórum de Finanças Sustentáveis acontece no dia 12 de novembro, em Belém (PA), e será promovido pela Febraban, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg)
O financiamento climático será abordado no Fórum de Finanças Sustentáveis, que acontece no dia 12 de novembro, a partir das 14h30, na Casa do Seguro, em Belém (PA), como parte da programação paralela à COP 30. Promovido pela Febraban, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o fórum reunirá representantes de bancos, seguradoras, investidores, autoridades públicas e organismos internacionais.
O evento integra outras iniciativas lideradas pelas 3 entidades, a exemplo da Jornada Rumo à COP, que capacitou o mercado financeiro e de seguros para a gestão de riscos e oportunidades climáticas. O evento, tem por objetivo apresentar estratégias de financiamento para a transição climática, destacando soluções inovadoras, instrumentos financeiros sustentáveis e a construção de novas parcerias nacionais e internacionais para apoiar essa transição.
A abertura do fórum contará com a presença do presidente da Febraban, Isaac Sidney, do presidente da Anbima, Carlos André, e do presidente da CNseg, Dyogo Oliveira. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, fará a abertura do painel que discutirá como canalizar recursos – públicos e privados – para a conservação e restauração de ecossistemas florestais, conciliando proteção ambiental e desenvolvimento econômico.
Amaury Oliva, diretor-executivo de Sustentabilidade e Autorregulação da Febraban, participará do painel sobre “Investimentos Sustentáveis: Financiando a Transição Climática”, que discutirá como os instrumentos financeiros poderão ser operacionalizados e ampliados para transformar intenções em impacto real, gerando valor econômico e ambiental para o país.
“Como intermediadores de recursos entre os diferentes agentes econômicos, os bancos têm um papel fundamental no direcionamento de capital para projetos e atividades que contribuam para o desenvolvimento sustentável. As iniciativas que a Febraban desenvolve na área de sustentabilidade visam promover o aumento do fluxo de recursos para negócios mais verdes e inclusivos, assim como aperfeiçoar o gerenciamento dos riscos socioambientais e climáticos pelo setor bancário”, explica o diretor.
Há mais de duas décadas a Febraban atua na agenda de sustentabilidade, sendo pioneira ao estabelecer um sistema de autorregulação bancária com um eixo específico para tratar da responsabilidade socioambiental dos bancos, com regras voltadas à gestão dos riscos socioambientais, em vigor desde 2014.
Também desenvolveu uma metodologia própria para medir os fluxos de financiamento do sistema bancário, por atividade econômica, a partir de critérios socioambientais.
Em 2020, a federação revisou os compromissos de autorregulação para incorporar novos temas ESG relevantes para a atuação dos bancos, a exemplo das regras para o gerenciamento e relato do impacto das mudanças climáticas nos negócios bancários, em linha com a Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima.
No final de outubro de 2024 o Normativo SARB 14/2014, do Sistema de Autorregulação Bancária (SARB), que orienta as práticas socioambientais das instituições financeiras, passou por nova revisão, como o objetivo de alcançar maior interface com as novas regras do Banco Central impulsionada pela agenda BC#Sustentabilidade e o Manual de Crédito Rural (MCR).
Também foram incorporadas à SARB 14 temas não regulados e melhores práticas nacionais e internacionais, como conteúdo mínimo da Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC), para fins de padronização e referência, detalhamento dos requisitos socioambientais e climáticos mínimos para contratos, critérios sobre contribuição positiva, medidas anti-greenwashing e de transparência.
Avanços do setor na agenda sustentável
Como resultado da aplicação da Taxonomia Verde da Febraban aos saldos de crédito do setor nos últimos 10 anos, houve avanços na participação da Economia Verde nas carteiras, além de uma redução nas exposições a projetos com maiores riscos ambientais e climáticos.
Dos R$ 2,399 trilhões do saldo da carteira de crédito corporativa do setor em 2024, R$ 445 bilhões foram classificados na categoria de Economia Verde, 21,2% do total.
Além do avanço no direcionamento de recursos para a Economia Verde, a valorização das melhores práticas ESG já começa a se traduzir em condições melhores de crédito e investimento para os clientes bancários. Quem acessa o mercado já pode obter redução de taxas ou outros incentivos em diversos casos, condicionados ao cumprimento de metas de desempenho ESG ou ao compromisso, por parte do tomador, de destinação do recurso para projetos específicos, com benefícios socioambientais.
Os bancos também têm realizado cada vez mais operações de dívida sustentável, seja atuando como coordenadores em emissões de Títulos Verdes de clientes; seja emitindo seus próprios títulos temáticos ou lançando linhas de financiamentos com características ESG.
As operações de dívida com algum rótulo de sustentabilidade atingiram recordes tanto em volume, sendo os bancos responsáveis por cerca de R$ 58 bi captados por meio de operações rotuladas e direcionadas a atividades com impactos ambientais, sociais e climáticos no Brasil.
Alinhados a esta agenda climática, os bancos têm se comprometido de forma crescente com a redução e a neutralização das emissões de gases de efeito estufa até 2050, em linha com as contribuições determinadas pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris.
