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Como fazer um planejamento financeiro eficiente para a chegada de um filho

Lucas Sharau, planejador financeiro CFP® e sócio da iHUB Investimentos/ Foto: Divulgação
Lucas Sharau, planejador financeiro CFP® e sócio da iHUB Investimentos/ Foto: Divulgação

Entender os custos e adotar estratégias de investimento personalizadas são passos essenciais para famílias que desejam garantir segurança e bem-estar

O Dia das Crianças está chegando e a data marca não apenas a alegria da infância, mas também levanta uma das maiores ansiedades dos pais: o custo de educar e criar um filho. Apesar de não existir um “número mágico” que traga segurança para a família, o planejamento financeiro e a consistência nos investimentos são os pilares para transformar o sonho dos pais em realidade.

Lucas Sharau, planejador financeiro CFP® e sócio da iHUB Investimentos, desmistifica a busca pelo valor ideal e orienta focar no método. “Essa busca por um ‘número mágico’ revela uma ansiedade comum. Sinto muito ser direto, mas ele não existe. O que existe é método: clareza de objetivos, prazo e consistência. Quando você antecipa o plano, ele fica mais barato,” afirma o especialista.

Orçamento da Maternidade à Educação

Para transformar o desejo de ter um filho em um plano financeiro concreto, Sharau exemplifica um orçamento base (para uma classe média urbana com escola particular). O cálculo inclui gastos desde o parto (R$ 8 mil estimados) e enxoval (R$ 12 mil) até as despesas de educação, saúde e alimentação.

A despesa total estimada até os 18 anos atinge R$ 622.640. Diluindo esse valor ao longo de 216 meses, o custo médio mensal é de aproximadamente R$ 2.883. Este valor, no entanto, esconde os picos de despesas, como a creche e o ensino fundamental.

“Se você quisesse ‘pagar tudo à vista’ no nascimento, esse seria o valor de referência: R$ 622.640 em reais de hoje. Para acumular isso em 10 anos, investindo com rentabilidade real de 3% ao ano (acima da inflação), o aporte mensal seria de aproximadamente R$ 4.465. Em 20 anos, cairia para R$ 1.905/mês,” explica Sharau.

O planejador sugere uma estratégia mais prática para quem deseja preservar o estilo de vida: um plano parcial. “É possível poupar 25% do plano de 20 anos por apenas 5 anos (cerca de R$ 476/mês). Isso acumula R$ 32 mil, o suficiente para amortecer o estresse de caixa da fase de creche, que é um dos primeiros grandes picos de gasto,” ressalta.

Três baldes de investimento: o método para organizar o futuro da família

Sharau orienta que o planejamento financeiro para a chegada de um filho deve ser dividido em curto, médio e longo prazo, com diferentes graus de risco e liquidez:

  • Curto prazo (0–2 anos): foco em liquidez e previsibilidade. Opções como Tesouro Selic, CDBs com liquidez diária e fundos DI simples são recomendadas para cobrir parto, enxoval e imprevistos;
  • Médio prazo (2–5 anos): despesas como creche e saúde exigem proteção contra a inflação. Sharau sugere Tesouro IPCA+ e uma estratégia diversificada em fundos de investimentos que agreguem em baixo custo com uma boa relação risco x retorno;
  • Longo prazo (6–18 anos): o foco passa a ser a educação e a reserva educacional. Aqui, o especialista recomenda combinar Tesouro IPCA+, previdência privada (PGBL ou VGBL) e, de forma gradual, fundos multimercado, ETFs e até a possibilidade de algumas ações para perfis mais tolerantes à volatilidade.

“Os ativos certos no prazo certo aumentam a chance de cumprir o plano sem sobressaltos. Mas o que realmente faz diferença é a disciplina de manter os aportes, mesmo em meses ruins”, afirma Sharau.

Proteção e sucessão: o seguro de vida como peça central

Além dos investimentos, Sharau destaca que a proteção do plano financeiro familiar passa obrigatoriamente por um seguro de vida bem estruturado. Segundo ele, essa é a ferramenta que garante a continuidade do projeto educacional e patrimonial mesmo diante de imprevistos.

“Imprevistos não negociam prazos. O seguro de vida entrega liquidez imediata, ajuda a cobrir custos de inventário e mantém vivo o plano educacional mesmo na ausência do provedor”, afirma o planejador da iHUB.

Para famílias que estão apenas começando, Sharau sugere iniciar com um diagnóstico de caixa simples, analisar quanto realmente sobra por mês e automatizar dois aportes: um para o curto prazo e outro para o longo. “Não importa se você começa com 10%, 15% ou 25% do plano ideal. O essencial é começar. Consistência vale mais do que esperar o momento perfeito”, finaliza.

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